[weglot_switcher]

Marcelo envia mensagem “de solidariedade” a Zelensky depois de ataque à estação de comboios de Kramatorsk

Na sequência do mais recente ataque à estação de comboios, que causou pelo menos 50 mortos, incluindo cinco crianças, Marcelo enviou mais uma mensagem de “solidariedade e do empenho e determinação portuguesa no apoio à Ucrânia”.
  • Rodrigo Antunes/Lusa
8 Abril 2022, 16h53

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou esta sexta-feira uma mensagem a Volodymyr Zelensky manifestando a solidariedade dos portugueses para com o povo ucraniano, na sequência do ataque à estação de comboios de Kramatorsk:

“Ao tomar conhecimento de mais um terrível bombardeamento do agressor russo a populações civis, causando muitas dezenas de vítimas mortais e muitos mais feridos, quero enviar-lhe, de novo, uma mensagem de solidariedade e do empenho e determinação portuguesa no apoio à Ucrânia”, lê-se na mensagem.

O ataque à estação ferroviária de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, causou pelo menos 50 mortos, incluindo cinco crianças, segundo as autoridades locais, que lembram que milhares de pessoas se encontravam hoje no local para fugirem da região.

Segundo avançou o governador de Donetsk, Pavlo Kirilenko, na rede social Twitter, o número de feridos internados em hospitais também subiu para 98, sendo que muitos estão em estado grave.

O balanço anterior indicava pelo menos 39 mortos e 87 feridos.

Kirilenko culpou os “fascistas russos” pelo ataque de hoje de manhã à estação com mísseis Tochka-U, considerando que se tratou de uma ação premeditada contra a população civil.

As autoridades de Donbass estavam, há dois dias, a incitar a população civil a deixar essas regiões, alertando que as tropas russas estavam a preparar uma grande ofensiva para obter o controlo absoluto da zona.

Por seu lado, o assessor do chefe do gabinete do Presidente ucraniano Oleksiy Arestovych assegurou que o ataque foi precedido por um reconhecimento completo do alvo pela Rússia.

“As tropas russas atacaram a estação de comboio de Kramatorsk com um míssil do tipo Iskander. Ataques deste tipo são sempre precedidos por um reconhecimento minucioso do alvo, pelo menos com drones para observar o terreno”, disse na rede social Facebook, explicando que os mísseis usados são “muito caros” e seria “muito arriscado um ataque sem preparação”.

“Eles [os russos] viram perfeitamente que estavam a atingir civis, que havia milhares de pessoas a tentar sair da estação, entre famílias, crianças e idosos”, acrescentou.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assegurou, em comunicado divulgado no Facebook, que este ataque a uma estação ferroviária é a prova de que “a Rússia extermina” a população civil.

A Rússia negou, logo de manhã, que as suas forças armadas tenham realizado o ataque com mísseis à estação de Kramatorsk.

“Todas as acusações de representantes do regime nacionalista de Kiev de que a Rússia realizou um ataque com mísseis na estação ferroviária de Kramatorsk são uma provocação e não correspondem à verdade”, disse o Ministério da Defesa, num comunicado publicado na sua página oficial na rede de mensagens Telegram.

“Sublinhamos que os mísseis táticos Tochka-U, cujos restos foram encontrados nas proximidades da estação de Kramatorsk e [cujas imagens] foram divulgadas por testemunhas, são usados apenas pelas forças armadas ucranianas”, adiantou ainda.

Entretanto, as autoridades de Kramatorsk anunciaram que vão retirar de emergência os habitantes da cidade e todos os residentes que for possível da região de Donetsk.

“Hoje começamos uma evacuação de emergência, usando todos os transportes públicos e privados. Estamos à procura de motoristas. A partir de hoje, precisamos de 30 a 40 motoristas”, afirmou o presidente da câmara de Kramatorsk, Oleksandr Goncharenko.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.