O Presidente da República disse hoje que não recebeu nenhum relatório dos serviços de inteligência portugueses sobre suspeitas de espionagem a favor da Rússia em Portugal por parte de cidadãos ou entidades.
Mais: Marcelo Rebelo de Sousa garante que só teve conhecimento do caso de Setúbal pela comunicação social.
“Não chegou nenhuma informação sobre a existência de atuações e influências de estados terceiros em associações ou entidades de acolhimento de refugiados”, disse hoje o Presidente da República em Lisboa.
“Apurámos que não chegou nada à Presidência. Nada, nada… nada”, acrescentou em declarações transmitidas pela “RTP3”.
“Sobre Setúbal, mandei apurar porque não tinha conhecimento. A primeira vez que soube foi pela comunicação social”, afirmou.
“O que interessa saber é: especificamente sobre a questão dos refugiados ou migrantes de certos países, se chegou à Presidência alguma informação ‘o que há sobre influências ou intervenções de outros estados’?; não chegou nada a Presidência da República”, garantiu.
“Quando a comunicação social noticiou, na altura não tinha mais informação, mandei perguntar ‘havia mais informação?’; não havia”, declarou.
O “Correio da Manhã” revelou hoje que o Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações (CFSIRP) revelou na quarta-feira no Parlamento, à porta fechada, que o primeiro-ministro e o Presidente da República tinham conhecimento das suspeitas de espionagem russa em Portugal.
Também o “Diário de Notícias” revelou na quinta-feira que o Serviço de Informações e Segurança (SIS) terá produzido relatórios sobre perfis de indivíduos e associações de imigrantes em Portugal suspeitos de serem pró-Putin e que esses documentos terão sido entregues no gabinete do primeiro-ministro e à Casa Civil do Presidente da República.
Recorde-se que 160 refugiados ucranianos foram recebidos pela autarquia de Setúbal através da Associação de Emigrantes de Leste, dirigida pelo russo Igor Kashin, um antigo presidente da Casa da Rússia, e pela sua mulher, Yulia Kashin, trabalhadora do município sadino.
Segundo o “DN”, o CFSIRP é atualmente constituído por Abílio Morgado, António Rodrigues e Filipe Neto Brandão, que estiveram na audição, mas que estão de saída do cargo para serem substituídos por: Mário Belo Morgado, ex-secretário de Estado da Justiça, Constança Urbano de Sousa, ex-ministra da Administração Interna, e Joaquim da Ponte, deputado do PSD pelos Açores, segundo o “DN”.
A Polícia Judiciária realizou buscas esta semana no centro de apoio a refugiados da câmara de Setúbal. O Ministério Público abriu inquérito por acesso indevido e desvio de dados no apoio a refugiados da câmara de Setúbal.
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