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Marcelo não gostou das SMS de Centeno e Domingues

Presidente tomou conhecimento da troca de mensagens no fim de semana e sentiu-se traído na confiança que depositou no ministro.
15 Fevereiro 2017, 11h33

Marcelo Rebelo de Sousa terá tomado conhecimento das mensagens trocadas entre Mário Centeno, ministro das Finanças e António Domigues, antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no último fim de semana.

Após o Presidente da República ouvir António Lobo Xavier, conselheiro de Estado, dizer na “SIC Notícias” que existiam mensagens e outras comunicações que provavam a existência um acordo e de uma negociação para isentar a anterior administração da Caixa de entregar as respetivas declarações de rendimento no Tribunal Constitucional, Marcelo exigiu que Mário Centeno se explicasse publicamente.

Segundo revelou uma fonte ao “Diário de Notícias”, “o  que lhe tinha sido dito pelo ministro estava muito aquém do que revelam os sms”. O Presidente da República argumentou  que “ou há um documento escrito ou não há”, e foi atacado por vários dirigentes do PSD.

De acordo com informações avançadas pelo “Público”, numa dessas mensagens Centeno dizia a Domingues que a possibilidade de a anterior administração da Caixa não ter de entregar as declarações de rendimento no Tribunal Constitucional estava encaminhada e que, para além disso, Marcelo estava ocorrente do assunto.

Face à situação, Marcelo divulgou um comunicado, perto da meia-noite desta segunda-feira, dia 13, em que diz  reter a “admissão pelo senhor ministro das Finanças de eventual erro de percepção mútuo na transmissão das suas posições” e que  aceitou a “confiança” que o primeiro-ministro ainda tem no ministro das Finanças “atendendo ao estrito interesse nacional em termos de estabilidade financeira”.

O comunicado não foi bem visto por algumas figuras. Porfírio Silva, deputado do PS, escreveu no Facebook que Marcelo deveria “respeitar os poderes próprios e dos demais órgãos de soberania”.

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, diz ser “tragicamente irónico” que o ministro das Finanças, que apresenta dados económicos “simpáticos” tenha que se explicar acerca de um tema que já devia ter sido encerrado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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