Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a decisão da agência de notação financeira Fitch de ter subido o rating de Portugal reforça a imagem e credibilidade do país. Segundo o Presidente da República, a “subida excecional” de dois níveis na escala da avaliação da Fitch dá agora ao Governo uma “responsabilidade maior”.
Num relatório publicado esta sexta-feira, a Fitch mudou a avaliação sobre Portugal por esperar que a dívida pública caia de forma sustentada. A decisão era esperada, mas a agência subiu o rating da República em dois escalões, para BBB com outlook estável, mais do que o antecipado.
A decisão “reforça, sem dúvida, a credibilidade do país, dos responsáveis políticos e daquilo que é uma linha de orientação política portuguesa”, disse o Presidente, em declarações às televisões, à margem do Conselho de Fundadores de Serralves, no Porto.
“A figura de Portugal sai reforçada e todos aqueles que trabalharam para este resultado. Começou no Governo anterior, mas temos de reconhecer que este Governo fez uma obra, em termos financeiros, que agora é reconhecida”, afirmou.
Apesar de otimista, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que “devemos estar satisfeitos, os portugueses merecem esta decisão, mas, naturalmente, é preciso continuar o caminho. É preciso continuar sem euforias, com trabalho, mas com a alegria de dever cumprido”.
A Fitch salientou que a economia portuguesa está a atravessar uma forte recuperação cíclica desde meados de 2016 e que a perspetiva de curto prazo melhorou. No relatório, a agência indicou que o rácio da dívida deverá cair 3 pontos percentuais este ano, para menos de 127% do PIB e reviu em alta a previsão do crescimento do PIB para 2,6% em 2017 e 1,9% em 2018, sublinhando que “o desempenho forte do mercado de trabalho confirma a pujança da retoma”.
Depois da divulgação do relatório, também o ministério das Finanças reagiu, salientando que subida de rating em dois escalões é inédita. “A decisão da Fitch, que se junta às da Standard and Poor’s e DBRS, coloca a dívida soberana firmemente classificada em grau de investimento”, afirmou o ministério liderado por Mário Centeno.
“A avaliação positiva alarga a base de investidores na dívida da República Portuguesa e vai permitir a entrada da dívida em mais índices de dívida soberana. Mas além de favorecer as condições de financiamento da República, esta avaliação favorece também as condições de financiamento das famílias e das empresas portuguesas”, acrescentou.
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