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Marine Le Pen eleita pela terceira vez presidente da Frente Nacional

A única candidata à presidência foi reeleita, sem surpresas, presidente do partido francês de extrema-direita Frente Nacional com 100% dos votos expressos.
11 Março 2018, 12h55

Marine Le Pen, a única candidata à chefia do partido francês de extrema-direita Frente Nacional (FN), foi reeleita sem surpresas presidente com 100% dos votos expressos, após uma votação por correspondência, cujos resultados foram proclamados este domingo na convenção do partido.

A líder da Frente Nacional, de 49 anos, assume um terceiro mandato como líder do partido que preside desde 2011, altura em que assumiu o cargo do pai Jean-Marie Le Pen, e para o qual irá propor um novo nome ainda hoje, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Foram ainda contabilizados 2,87% de votos em branco ou nulos.

Em Lille, norte de França, cerca de 1.500 militantes presentes no congresso da FN também aprovaram com 79,7% dos votos expressos (20,2% contra) os novos estatutos que suprimem a presidência honorária, de acordo com o vice-presidente da Frente Nacional, Jean-Francois Jalkh.

O cargo honorífico pertencia a Jean-Marie Le Pen, fundador e presidente da Frente Nacional durante 39 anos, entre 1972 a 2011. O pai de Marine Le Pen já tinha sido expulso do partido em 2015, devido a intrigas políticas e comentários incómodos para a FN sobre o Holocausto.

Marine Le Pen avança, agora, para o terceiro mandato na liderança da FN com o objetivo de o tornar num partido de governo. Esse objetivo poderá ser alcançado, acredita Le Pen, se cumpridas três novas linhas orientadoras: “implantar-se, aliar-se, governar”.

As novas diretrizes partidárias cortam pela raiz a histórica posição do partido de extrema-direita de cultura de oposição e rejeição de alianças.

A decisão de mudar o nome da FN segue em linha com as novas orientações. Marine Le Pen quer tornar a Frente Nacional mais moderada aos olhos dos eleitores franceses.

Também foram eleitos os 100 membros do novo conselho nacional, cujos dez primeiros eleitos são dois militantes históricos. Marie-Christine Arnautu e Bruno Gollnisch, que o “Le Monde” aponta como próximos de Jean-Marie e opositores das intenções de Marine Le Pen.

Mais, Le Pen já manifestou a vontade de apresentar uma lista candidata às eleições europeias de 2019 de  “união dos nacionais” contra os “mundialistas”, fazendo esquecer o plano ideológico esquerda/direita.

No sábado, 10, em véspera de ato eleitoral interno, Le Pen teve a seu lado o antigo estratega do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Steve Bannon esteve em Lille e participou no congresso da FN como orador.

“A História está do nosso lado e vai-nos levar de vitória em vitória”, afirmou o ultra-nacionalista no seu discurso.

Marine Le Pen agradeceu, via Twitter, o apoio de Bannon.

Aos 49 anos de idade e sete de liderança, Marine Le Pen, contudo, parte para o terceiro mandato com uma declarada oposição interna, segundo o “Le Monde”. Há setores da FN que responsabilizam Le Pen pela derrota do partido de extrema-direita nas últimas eleições presidenciais francesas, de onde saiu vencedor Emmanuel Macron.

A saída de Florian Philippot, considerado “número dois” na campanha de Le Pen, é visto como sinal de desunião e fragilização da FN.

Phillipot criou um partido alternativo para disputar o eleitorado de extrema-direita com a FN.

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