1. Não é difícil descobrir o nariz de Pinóquio do Governo, tal como também não é difícil descobrir as mentiras piedosas da oposição política que tudo tem prometido quando faltam três meses para as eleições autárquicas.

O tema da habitação é o mais caricaturado neste teatro de marketing e mentiras. Os principais governantes com responsabilidades na matéria já vieram dizer e assegurar que todos os planos falharam.

Hoje, há falta de habitação para o segmento médio da população com preços que sejam suportáveis por rendimentos reduzidos: há falta de habitação para arrendar que esteja localizada junto de infraestruturas e que tenha um preço que não “afogue” os agregados familiares com rendimento pequenos ou médios, e há uma miríade de promessas de soluções em que ninguém acredita.

Pode alguém, no seu perfeito juízo, pensar que é viável oferecer casas a 150 euros no Restelo, em Lisboa? Alguém acredita que as entidades públicas irão pegar em palácios, palacetes, quintas, quartéis e conventos e transformar tudo em habitação? É o mais puro delírio.

E o mesmo acontece quando responsáveis políticos afirmam que edifícios públicos que nasceram como edifícios de serviços e escritórios passarão a habitação para agregados familiares. Alguém acredita?

A oposição afina pelo mesmo diapasão e está a tentar fazer ainda pior. O candidato do PSD por Lisboa, Carlos Moedas oferece estacionamento e transporte à borla! Claramente quer fazer concorrência ao atual edil, Fernando Medina!

Mais recentemente, tivemos a vereadora para a habitação de Lisboa, Paula Marques Correia, a querer impor tetos para as rendas, dando o exemplo de Berlim, cidade onde a medida foi considerada inconstitucional! A senhora com desejos impositivos ainda não percebeu que o teto para as rendas de habitação é o teto natural: quem não tem rendimentos não arrenda.

2. A luta dos bancários pelos postos de trabalho entrou na derradeira fase, a da rua. Em cerca de três a quatro anos sairão desta indústria cerca de 3200 profissionais, a maior parte dos quais com condições para continuar a trabalhar e com competências relevantes.

Quem é responsável por esta hecatombe? Será a história do tempo em que se abria um balcão como se abria um café ou uma mercearia? Será da pouca evolução tecnológica da banca nacional durante muitos anos e que a deixou sem eficiência? Será de decisões políticas que danificaram a capacidade financeira da banca e que permitiu a entrega das operações a estrangeiros? Ou será da revolução tecnológica dos últimos anos, acompanhada de uma nova maturidade dos clientes e cujo resultado é menos visitas ao balcão?

Tudo explicações plausíveis mas que não servem de conforto a quem vai aceitar uma reforma antecipada ou a quem é imposta uma rescisão com perdas de regalias importantes, como o SAMS. Impõe-se mais diálogo e mais versatilidade de ambos os lados para um “desmame” suave e controlado.

3. O tema da obrigatoriedade da vacinação irá colocar-se em setembro, outubro, quando a maior parte da população estiver vacinada e entrar no país uma nova vaga de contágios. Claro que essa obrigatoriedade irá começar pelos profissionais de saúde, mas depois tocará a todos. E aí, as teorias de conspiração relativamente às vacinas irão, definitivamente, cair por terra.