As previsões agrícolas apontam para decréscimos de produção para as culturas de pomares, vinha e olival, devido às chuvas fortes da primavera e ao calor que se fez sentir durante o verão. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), antecipam-se perdas de 20% na produção de vinho, 15% nos olivais e 30% nas maçãs.
As adversidades climáticas, concretamente a “primavera muito chuvosa” prejudicaram a produção vinícola ao contribuírem para doenças como o míldio. Prevê-se uma redução de 20%, mas apesar disso o vinho deverá apresentar boa qualidade devido ao aumento dos teores de açúcares.
O inverno pouco frio conjugado com as deficientes condições de polinização foram também fatores determinantes para as produções de maçã, pera e kiwi, onde se anteveem quebras entre os 20 e os 30%.
Nos olivais é apontada uma diminuição de 15% da produtividade face ao ano passado, “apesar das chuvas outonais terem promovido o aumento do calibre das azeitonas”.
A diminuição nos amendoais deve rondar os 25%, tendo em conta as condições climatéricas adversas e o facto de muito amendoais estarem “bastante decrépitos”. Na castanha e outros frutos de menor calibre, a redução esperada é de 5%.
Já as maçãs devem ser de “elevada quantidade de açúcar e consistência” na região Oeste, enquanto na região de Trás-os-Montes, apesar da quantidade significativa de fruta, esta não reúne “as características mínimas exigidas para o consumo em fresco”.
A precipitação intensa em maio e as elevadas temperaturas dos meses de julho e agosto condicionaram também o rendimento do tomate para a indústria, com reflexo na produção que diminuiu 15%. O pico de calor nestes meses de verão tiveram também impacto no milho, que deverá conta com uma quebra de 15%, e no arroz, cuja produção deverá cair 10%, apesar do ligeiro aumento da área plantada.