[weglot_switcher]

Mauricio Macri vence eleições na Argentina com a maior vitória desde 2015

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, comemorou, esta madrugada, a maior vitória desde que chegou à Casa Rosada. O governo de coligação ‘Cambiemos’ foi o mais votado nos cincos principais distritos, nas eleições legislativas de 22 de outubro – inclusive na província de Buenos Aires, a maior e mais rica do país.
23 Outubro 2017, 10h28

Mauricio Macri, comemorou, na madrugada deste domingo, a maior vitória desde que chegou à Casa Rosada, na Argentina. “Não ganhou um partido. Ganhou a certeza de que podemos mudar a história”, disse, ao conhecer os primeiros resultados. Nos últimos dois anos, Mauricio Macri governou com minoria no parlamento. Com esta eleição, sai fortalecido para implementar uma política de abertura económica e, dependendo dos resultados, candidatar-se à reeleição em 2019.

A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, sua antecessora e principal rival, voltou ao cenário político. Kirchner foi eleita senadora pela Unidad Ciudadana, o partido que criou para estas eleições e que promete transformar “na base para fundar uma nova oposição”. Como parlamentar, garantiu a imunidade, num momento em que é acusada de corrupção, em oito processos judiciais diferentes. “Chegamos para ficar”, disse Cristina.

O governo ainda representa uma minoria no parlamento, mas com estas eleições fortaleceu-se, aumentando o número de lugares. Ficará com 25 dos 72 senadores e 108 dos 257 deputados. Para as suas políticas serem aprovadas, terá que negociar – mas tem a seu favor a divisão dos peronistas em pelo menos três fações, uma delas liderada por Cristina Kirchner.

Segundo o analista político Rosendo Fraga, com a vitória em cinco províncias, que representam 70% dos eleitores, Macri fortaleceu a sua liderança e as perspetivas de reeleição. “A eleição, na metade do mandato presidencial, representa um voto de confiança no governo”, afirmou à Agência Brasil.

Macri foi eleito com a promessa de terminar a restruturação da dívida externa, abrir a economia e reduzir a inflação anual em dois dígitos, que herdou de Cristina Kirchner. Com estas medidas e uma política de transparência, Macri acredita vir a atrair novos investimentos, criar empregos e acabar com a pobreza.

Ao reajustar as tarifas dos serviços públicos, congeladas desde a crise de 2001, o governo de Macri aumentou a inflação para 40% em 2016. Este ano, o índice deve ficar perto dos de 25%. Cristina Kirchner e a oposição têm criticado Macri, dizendo que o presidente está a endividar o país para pagar os credores e realizar obras de infra-estrutura.

“O grande desafio do governo dele é a economia”, disse o analista político Roberto Bacman. Apesar de não ter maioria parlamentar, a vitória na eleição deste domingo dará ao governo maior margem para negociar com governadores e deputados.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.