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Maus empréstimos representam um “risco sistémico nacional”, afirma o presidente do banco central da Irlanda

Philip Lane, disse este domingo que este tipo de empréstimos mantidos pelos bancos de retalho do país representam um “risco sistémico nacional” no caso de uma desaceleração económica.
23 Dezembro 2018, 11h15

O diretor do banco central da Irlanda, Philip Lane, referiu este domingo que os maus empréstimos mantidos pelos bancos de retalho do país representam um “risco sistémico nacional” no caso de uma desaceleração económica, revela a agência “Reuters”.

A crise financeira varreu 55% dos valores de propriedade da Irlanda entre 2007 e 2013, deixando os bancos com o maior stock de empréstimos vencidos da Europa.

A economia da Irlanda recuperou tendo registado o crescimento mais rápido da Europa em cinco anos consecutivos, mas os esforços para acabar com os maus empréstimos através de uma série de fundos internacionais de ativos em dificuldades de vendas de portefólio diminuíram em face da oposição dos grupos de consumidores.

“Mesmo que a economia em geral esteja firmemente em modo de recuperação, o legado da crise permanece connosco”, referiu Philip Lane ao jornal irlandês “Sunday Business Post”.

“Embora muitas famílias e empresas tenham feito muitos sacrifícios para reduzir os níveis de endividamento na última década, o stock de empréstimos não pagos ainda é demasiado alto e constitui um risco sistémico nacional no caso de uma desaceleração futura”, afirmou o presidente do banco central irlandês.

Philip Lane acrescentou que as previsões económicas para os níveis nacional, europeu e global são para uma expansão económica continuada, mas os riscos permanecem.

“As avaliações mais recentes (inclusive na reunião do Conselho Administrativo em meados de dezembro no BCE) sinalizam que o balanço de riscos está mudando para o lado negativo”, referiu.

“Por conta dos sinais mistos sobre o momento no ciclo global de negócios e os níveis extraordinariamente altos de incerteza política, com empresas e famílias expressando preocupações sobre o futuro do sistema global de comércio e, mais localmente, Brexit”, sublinhou Philip Lane.

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