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Medicamentos oncológicos em falta por não serem lucrativos

As farmácias hospitalares tentam socorrer-se umas às outras para dar resposta ao problema, mas há médicos que têm mesmo de recorrer a terapias alternativas.
15 Fevereiro 2017, 10h13

Fármacos necessários a doentes com cancro estão em falta nos hospitais, levando os médicos a optarem por terapias alternativas, segundo noticia esta quarta-feira o Jornal de Notícias. A medicação oncológica disponível está a desaparecer porque a indústria farmacêutica está menos interessada nestes fármacos que têm preços mais baixos e são menos lucrativos.

As farmácias hospitalares procuram dar resposta ao problema entre si, mas há médicos que têm mesmo de recorrer a outras terapias, cuja eficácia não está comprovada. “Estamos a falar de fármacos básicos necessários para cerca de 80% dos doentes oncológicos”, denuncia a responsável da Unidade da Mama e do Programa de Investigação do Cancro da Mama do Centro Clínico Champalimaud, Fátima Cardoso, em declarações ao JN. “É um problema que nos preocupa muito”.

Entre os medicamentos mais de difíceis de encontrar estarão a ciclofosmida, o 5-Fluoroucilo e a hormonoterapia, segundo Fátima Cardoso. No entanto, o Infarmed nega existir uma rutura persistente.  “Existem pontualmente medicamentos de medicamentos que estão em situação de rutura, mas nem todos têm a mesma importância clínica”, argumento o Infarmed.

O diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, não concorda e acredita que há um “problema muito grave”, principalmente porque há medicamentos que não podem ser substituídos. Os médicos “procuram esquemas terapêuticos alternativos que podem não ter tanta eficácia e, principalmente, não estar tão estudos”, acrescentou Nuno Mirando ao JN.

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