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Mercadona quer duplicar abertura de lojas para 20 por ano. Deve chegar a Lisboa até 2023

A retalhista alimentar quer chegar às 150 lojas em Portugal e vai acelerar o investimento. Em entrevista ao JE, a responsável da Mercado para relações internacionais diz que para abrir em Lisboa ainda falta criar infraestrutura, uma plataforma logística e ter escritórios maiores. A experiência em Portugal já permite à empresa estudar outros países, revela.
24 Junho 2020, 07h50

A espanhola Mercadona quer acelerar o ritmo de abertura de supermercados em Portugal para 20 por ano, parte de um plano para atingir 150 lojas no país, disse Elena Aldana, diretora internacional de relações externas do empresa, em declarações ao Jornal Económico. A chegada a Lisboa será em 2022 ou 2023, adiantou.

Após uma interrupção causada pela pandemia, a empresa com sede em Valência, abriu um supermercado em Aveiro há duas semanas, e esta quinta-feira vai inaugurar outro em Santo Tirso.

“Claro que a situação a pandemia ainda não está resolvida, vai evoluir, mas estamos prontos para continuar com tudo que tínhamos planeado”, explicou Elena Aldana, no programa “Mercados em Ação” da JE TV.

A empresa investiu 220 milhões de euros em Portugal entre 2016 e 2019 e só este ano vai investir 140 milhões. Questionada se a aceleração vai continuar, Aldana respondeu: “queremos chegar a todo o país, queremos chegar às 150 lojas e para isso temos um plano de investimento”.

“À medida que o projeto cresce, sim vamos investir mais, vamos acelerar o nosso plano de expansão”, adiantou. “Agora estamos a abrir dez lojas por ano, mas esperamos chegar a abrir 20 por ano, acelerar.  Quanto é que isso vai aumentar o investimento, vamos ver, mas o que é bom é que a empresa não tem endividamento, trabalha com recursos proprios e sempre dissemos que em Portugal viemos para ficar e que é um projeto de longo prazo”.

A Mercadona fez do Norte a porta de entrada do país. “Começamos pelo Norte, tínhamos a plataforma logística de Leon que poderia apoiar, mas desde o início queríamos que toda atividade fosse focada em Portugal”.

“Se precisamos de ajuda de Espanha, muito bem, está aqui ao lado, mas o que queríamos era estar muito focados no país e desenvolver todo o projeto aqui. Sempre dissemos que em Portugal devíamos ser portugueses”, sublinhou.

“Vamos chegar a Lisboa”, garantiu a responsável. “É sempre a grande pergunta. Quando? Deverá ser entre 2022 e 2023. Não é simplesmente chegar a Lisboa, temos de criar toda a infraestrutura, uma plataforma logística, ter escritórios maiores do que já temos em Lisboa, é muita coisa”.

Espaço noutros países 

Depois da experiência em Portugal, a Mercadona já estuda outros mercados. “Há espaço, sim. Portugal ajudou-nos imenso a aprender como adaptar nos a uma nova realidade, a um novo país”, explicou Aldana. “A Mercadona só estava em Espanha, portanto entrar em Portugal foi uma aprendizagem muito importante”.

Sublinhou que até os próprios portugueses às vezes dizem que é fácil porque os dois países são muito semelhantes, “mas nem imaginam a quantidade de coisas que tivemos de adaptar na empresa, não só a parte da legislação mas também da própria cultura”.

“No momento que a Mercadona decida ir para um terceiro país vai ser o mesmo trabalho, que leva tempo e nos achamos que a pressa nunca é boa”, acrescentou.  “Há várias ideias, mas ainda não estamos a adiantar quais os mercados que estamos a estudar”.

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