Mercados de capitais globais obtiveram retorno médio de 7% nos últimos cinco anos

Os impactos da pandemia, a inflação e receios de uma recessão mundial acabaram por não se fazer sentir de forma muito acentuada nos mercados de capitais globais que entre 2018 e 2022 registaram um retorno médio anual de 7%, segundo o estudo “2023 Value Creators Ranking”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG).

Este ranking anual dos maiores criadores de valor com base na taxa de retorno aos acionistas nos cinco anos anteriores é publicado desde 1999, tendo analisado entre 2018 e 2022 perto de 2.500 empresas, bem como os padrões de criação de valor por setor e região, no último quarto de século.

Os dados deste estudo indicam que as empresas da região da Ásia-Pacífico obtiveram ganhos consideráveis principalmente em detrimento das empresas da Europa e América do Norte, representando agora mais de metade das 100 empresas com maior criação de valor globalmente, sendo também o maior grupo entre as empresas classificadas entre as dez melhores nos seus respetivos sectores.

Por outro lado, verificou-se um abrandamento na criação de valor em empresas de de software, hardware, medtech e fintech, em comparação com as empresas de petróleo e gás, que viram o seu retorno aumentar substancialmente.

Por sua vez, a indústria automóvel, de bens de consumo duráveis, de viagens e de turismo foram aquelas que mais dependeram de gastos significativos do consumidor e enfrentaram os desafios de retorno mais consistentes nos últimos cinco anos.

Nos últimos 25 anos, o retorno anual médio rondou os 9%, com a Índia a destacar-se a nível mundial, e com três empresas norte-americanas no top das maiores empresas com o melhor desempenho.

A nível regional, a Índia destaca-se ainda pelo retorno anual de quase 15% e por integrar dez das 25 empresas com melhor desempenho global.

Em termos dos 25 principais criadores de valor de grande capitalização, o pódio é ocupado pela Monster Beverage, Apple e Amazon, todas fundadas nos Estados Unidos, que apresentam retornos elevados de 37%, 33% e 26%, respetivamente.

Hady Farag, partner e director da BCG, e especialista em estratégia corporativa e valor do acionista, refere que “as empresas que implementam as estratégias certas para identificar mercados promissores e superar as concorrentes estarão bem posicionadas para a criação sustentada de valor a longo prazo, independentemente do que o futuro venha a trazer”.