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Mercados disparam à boleia do otimismo sobre anúncio de tréguas na guerra comercial

Wall Street reagiu em alta ao anúncio de que os Estados Unidos e a China vão retomar as negociações sobre a guerra comercial. No entanto, analistas antecipam que mercados deverão corrigir ao longo da semana.
  • Brendan McDermid / Reuters
2 Julho 2019, 07h47

Um rally acionista, que levou o S&P 500 para um novo máximo histórico, foi a resposta dos mercados norte-americanos ao anúncio de que os Estados Unidos e a China vão retomar as negociações comerciais. No entanto, os três principais índices da bolsa de Nova Iorque deverão corrigir durante a semana, antecipam os analistas.

O presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, anunciaram este sábado, à margem da cimeira do G20 em Osaka, no Japão, que concordaram em retomar as negociações económicas e comerciais para pôr fim à guerra comercial entre as duas maiores potências mundiais. Em linha com a expectativa dos analistas, Wall Street reagiu em alta à notícia.

Esta segunda-feira, o industrial Dow Jones fechou a sessão a subir 0,44% para os 26.717,43 dólares e o tecnológico Nasdaq avançou 1,06% para os 8.091,16 dólares. Já o S&P foi a estrela da sessão, depois de ter tocado um novo máximo de 2.978,24 pontos, e fechou a ganhar 0,74% para os 2.963,43 pontos.

“As tréguas entre Trump e Xi Jinping anunciadas durante a cimeira do G20 estão a animar o mercado de ações, em especial os setores mais sensíveis às relações comerciais, como o tecnológico, automóvel e recursos Naturais. As techs apresentavam-se mesmo em máximos de um ano, isto depois dos EUA terem levantado a proibição de negócios com a Huawei”, realçou Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium investment banking.

Donald Trump anunciou no final da reunião com Xi Jinping concordar “que as empresas norte-americanas podem vender produtos à Huawei”. O presidente norte-americano garantiu ainda não aumentar os direitos alfandegários sobre as importações chinesas: “Não vamos adicionar tarifas ou remover tarifas, pelo menos por enquanto”, disse Donald Trump.

No entanto, os analistas do Bankinter antecipam que “o lógico seria termos um arranque de semana altista para as bolsas, mas perdendo fulgor no resto da semana”. “Com volumes em queda, por já estarmos em julho, poderemos entrar numa espécie de “descanso” do mercado sem que tal nos deva preocupar muito”, referem numa nota se research, divulgada esta segunda-feira.

Também o sucesso das negociações não é um dado adquirido, com os analistas a realçarem que ainda existem muitas questões em aberto.

“Foi uma espécie de alívio, mas há muitas perguntas sem resposta”, disse Stephen Massocca, vice-presidente sénior da Wedbush Securities, em declarações à agência Reuters. “Isso não vai ser resolvido porque houve um almoço em Osaka e dado o quão mercurial o presidente [Donald Trump] é, quem sabe o que irá deixá-lo nervoso?”.

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