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Merkel mantém posição da Ucrânia fora da NATO e não responde a convite de Zelensky para visitar Bucha

A antiga chanceler alemã continua a ter a mesma posição defendida na cimeira da NATO em 2008, sobre manter a Ucrânia fora do organismo, mas condenou as “atrocidades” cometidas pela ofensiva militar russa em Bucha.
  • 10. Angela Merkel
4 Abril 2022, 16h21

Angela Merkel já respondeu às críticas feitas pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que no último domingo relembrou a cimeira da NATO em 2008 e na qual foi discutida a possibilidade da Ucrânia aderir à NATO, algo que segundo o líder ucraniano acabou por não acontecer devido a medos “absurdos” da Rússia.

“Achavam que ao recusar a Ucrânia seriam capazes de apaziguar a Rússia, de a convencer a respeitar a Ucrânia e a viver normalmente ao nosso lado”, afirmou Zelensky, numa videoconferência realizada no domingo, e na qual tinha como um dos alvos Angela Merkel.

A antiga chanceler alemã veio esta segunda-feira em comunicado reiterar a decisão tomada em 2008, mas condenou as “atrocidades” cometidas em Bucha.

“Considerando as atrocidades descobertas em Bucha e noutros lugares da Ucrânia, todos os esforços do governo e da comunidade internacional para ficar do lado da Ucrânia e para colocar um ponto final na barbárie russa e na guerra contra a Ucrânia têm o apoio total da antiga chanceler”, pode ler-se no comunicado divulgado por um porta-voz de Angela Merkel.

Por outro lado, a antiga chanceler alemã não respondeu ao convite feito por Zelenksy para em conjunto com o ex presidente francês Nicolas Sarkozy visitarem a cidade de Bucha. “Convido a senhora Merkel e o senhor Sarkozy a visitar Bucha e a ver aquilo a que uma política de cedências conduziu ao longo dos últimos 14 anos. Para verem com os seus próprios olhos os homens e mulheres ucranianos torturados”, afirmou o líder da Ucrânia.

Em Bucha, cidade a 30 quilómetros da capital ucraniana recapturada recentemente por Kiev ao exército russo, pelo menos 57 cadáveres foram encontrados nas ruas e enterrados em valas comuns.

No sábado, a agência noticiosa “France-Presse” avançou que viu pelos menos 20 corpos de civis com roupas numa rua de Bucha espalhados por várias centenas de metros. Ontem, domingo, a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, anunciou que foram encontrados 410 corpos de civis em territórios da região de Kiev.

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