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Mesquita Nunes será candidato à liderança do CDS-PP se for marcado congresso

O antigo secretário de Estado propôs a realização de um Conselho Nacional para convocar eleições antecipadas para a liderança ainda antes das eleições autárquicas, e defendeu que esta direção “não conseguirá” resolver “a crise de sobrevivência” do partido.
  • Nuno André Ferreira/LUSA
30 Janeiro 2021, 09h05

O antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes, disse que será candidato à liderança do partido caso seja marcado um congresso antecipado, em entrevista na edição de hoje do jornal Público.

“Se o partido entender que deve haver um congresso eletivo para discutirmos a liderança do partido, serei candidato a presidente do CDS”, afirmou o centrista.

Num artigo de opinião publicado na quarta-feira no jornal ‘online’ Observador, o antigo secretário de Estado propôs a realização de um Conselho Nacional para convocar eleições antecipadas para a liderança ainda antes das eleições autárquicas, e defendeu que esta direção “não conseguirá” resolver “a crise de sobrevivência” do partido.

Nesse texto, não adiantava se seria candidato a suceder ao atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, eleito há um ano para um mandato que termina em 2022.

Na entrevista ao Público, Adolfo Mesquita Nunes quebrou o tabu e explicou que “esta não era uma decisão expectável” na sua vida e lembrou que “ainda há dois anos tinha dito que não queria fazer da política” a sua vida profissional.

Adianta também que, apesar de o diagnóstico ser “do começo do ano”, esta decisão “surge a seguir às presidenciais”, porque entendeu que não podia avançar para a liderança do CDS-PP “enquanto estivesse a decorrer um processo eleitoral”.

O antigo deputado justificou que “tem havido um processo de degradação da imagem, da eficácia da mensagem e da liderança do CDS” e reiterou o que tinha escrito no artigo de opinião, que “o partido tem muito pouco tempo para reverter esse processo” e por essa razão se impõe a realização de “um congresso extraordinário agora”, enquanto “é possível inverter esse percurso”.

“Acho que em 2022 será muito difícil. E acho que, se o fizermos agora, eu posso fazer, eu posso protagonizar essa mudança e essa inversão no CDS”, advogou, salientando que o partido “tem de despertar o seu sentido vital”, para evitar a “irrelevância” e o “desaparecimento”.

Na sua ótica, “isso é possível fazer com uma liderança que seja carismática, agregadora, reconhecida, e que seja capaz de chamar os rostos do partido e somar novos rostos, para representar aquilo que é o espaço político que o CDS ocupou e sempre quis ocupar”.

Adolfo Mesquita Nunes defendeu igualmente que o partido “precisa de um líder que consiga colocar o CDS de novo no mapa”, que “some e agregue”, e salientou que “o CDS está de volta e o país vai saber disso”.

Na reunião da comissão política que terminou na madrugada de sexta-feira, o líder do CDS-PP anunciou que irá convocar um Conselho Nacional mas não adiantou se a convocação de um congresso e de eleições antecipadas constará na ordem de trabalhos, segundo contaram à Lusa fontes que estiveram presentes na reunião.

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