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Michael O’Leary: “TAP está a bloquear a entrega de slots” (com áudio)

O presidente da Ryanair assume que a sua companhia aérea passará a ser a n.º1 em Portugal a partir do próximo Verão e diz que a recuperação do tráfego nos aeroportos portugueses só não é maior porque a TAP não entrega 18 slots que já não opera.
25 Maio 2022, 09h57

“A TAP está a bloquear a entrega dos slots que não utiliza”. A acusação é feita pelo presidente executivo da companhia aérea low cost irlandesa, Michael O’Leary, na conferência de imprensa que realizou esta manhã de quarta-feirta, 25 de maio, em Lisboa. Para O’Leary a questão é incontornável porque considera que a sua companhia é a que preenche todos os requisitos para captar os 18 slots que aguarda que a TAP liberte em relação a posições de aterragem e partida do aeroporto de Lisboa. O seu principal receio é que a concorrente easyJet possa aceder a esses slots, aguardando que Bruxelas tome uma posição rápida sobre o tema

Para a Ryanair o acréscimo de 18 slotes em Lisboa é fundamental para consolidar o seu crescimento, numa fase em que pretende assumir-se como a companhia aérea n.º1 em 2022 no mercado português, pelo aumento de 13 milhões de passageiros – aliás, é precisamente esse o título do “press release” que colocou em cada cadeira na referida conferência de imprensa lisboeta.

O seu crescimento nos seis aeroportos portugueses permite-lhe anunciar a 25 de maio que se tornará no próximo Verão a companhia aérea europeia n.º1 no tráfego aéreo movimentado para o mercado português no conjunto das 147 rotas operadas (das quais 19 são novas) para e de seis aeroportos portugueses em Lisboa, Faro, Ponta Delgada, Porto, Terceira e na nova base da Madeira, que segundo sublinhou Michael O’Leary, foi “a base operacionalizada mais depressa até hoje na Rayanair – a que foi aberta mais rapidamente”.

Contestando as declarações do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, o presidente da Ryanair considera que a TAP “não está a ceder os slots que já deveria ter largado”, subentendendo que a companhia low cost concorrente poderá aguardar receber alguns desses 18 slots. A questão é determinante para o crescimento da Ryanair porque Michael O’Leary mantém a expectativa de ultrapassar a atividade da TAP em Lisboa.

“O crescimento da Ryanair garante a recuperação total do tráfego aéreo para Portugal, bem como a consolidação da sua captação turística e dos postos de trabalho que Portugal pretende manter no sector do turismo”, refere o presidente executivo da companhia irlandesa.

“É inegável que a Ryanair oferece mais destinos à escolha do passageiro a preços muito mais baixos que os que são praticados por qualquer das outras companhias aéreas concorrentes quer para os visitantes estrangeiros que fazem turismo em Portugal, quer para os portugueses que se deslocam ao estrangeiro”, adianta O’Leary, considerando que o crescimento do tráfego e a recuperação da atividade aeroportuária em Portugal só não é maior e mais acentuada porque a TAP bloqueia os slots que deveria ter libertado devido aos cortes que efetuou na sua frota de aeronaves”.

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