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Migrantes africanos que tentam chegar à Europa são vendidos em leilões por 400 dólares

Os refugiados relatam situações repetidas de crueldade, violência e abuso por parte dos traficantes líbios e acabam leiloados em “mercados a céu aberto” por 400 dólares (340 euros).
15 Novembro 2017, 14h08

Vários migrantes africanos estão a ser vendidos como mercadoria na Líbia por traficantes a quem pagaram para que os trouxessem até à Europa. Os refugiados relatam situações repetidas de crueldade, violência e abuso por parte dos traficantes líbios e acabam leiloados em “mercados a céu aberto” pela módica quantia de 400 dólares (340 euros).

Uma investigação feita pelo canal de televisão britânico ‘BBC’ mostra que o deserto do Saara já ultrapassou o mar Mediterrâneo como principal razão de morte entre os migrantes africanos. Provenientes de países da África subsariana, refugiados com Victory, natural da Nigéria, gastam “todas as economias” na tentativa de abandonar os seus países, que não lhes falam em lhes garantir segurança e estabilidade financeira, para tentarem chegar à Europa.

Victory acabou por ficar retido na Líbia, impedido de embarcar, por alegadamente não ter entregue aos traficantes a quantia necessária para cobrir todos os custos da viagem. Como ele, muitos outros migrantes africanos estão a passar pela mesma situação. Depois de serem impedidos de viajar para a Europa, são vendidos como escravos em leilões, depois de ser exigido o resgate à família. Victory foi vendido por 400 dólares e terá ficado livre depois de a família exigir o pagamento de um resgate.

A situação está a alarmar a Organização Internacional para as Migrações (OIM), tendo em conta que a Líbia se tornou uma plataforma privilegiada dos migrantes e refugiados para chegar à Europa. A OIM dá conta de que, na parte inicial da viagem, os traficantes costumam negociar com grupos armados um pedido de resgate pelos migrantes. Se este não for pago, os migrantes são vendidos como escravos ou ficam sem comida.

As mulheres são também vendidas em leilões de escravos, sendo o seu preço superior ao dos homens. São forçadas a trabalho escravo e vítimas de abusos sexuais. A OIM acredita que o número de vítimas mortais entre os migrantes sujeitos a estas condições, pode ser já superior ao número de pessoas que perderam a vida a tentar atravessar o Mediterrâneo: 2750.

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