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Miguel Maya: “Não vamos fazer mais aquisições até ao fim do mandato”

A administração do BCP garantiu ainda que esta aquisição não vai afetar a distribuição de dividendos que o banco pretende retomar, ainda sem decisão quanto ao rácio de pay-out, o BCP mantém a meta de 40% dos lucros a distribuir até 2021.
  • Cristina Bernardo
8 Novembro 2018, 18h56

Miguel Maya falava na conferência de imprensa dos resultados do BCP, relativos ao terceiro trimestre, quando disse que “não vamos fazer mais aquisições até ao fim do mandato [2021]”. Isto na sequência do banco, através da sua subsidiária na Polónia (Bank Millennium), ter chegado a acordo para a compra de uma participação de 99,79% no Euro Bank à Société Générale, por cerca de 428 milhões de euros (1.833 milhões de zlotys). Miguel Maya disse ainda que “não estão previstas aquisições adicionais e temos previsto um crescimento 100% orgânico”.

Sobre a operação na Polónia, Miguel Bragança, CFO do Millenium bcp, frisou que a agência de rating Moody’s reconheceu que se traduziu em “crédito positivo para o banco na Polónia e que vai permitir ao BCP aumentar as economias de escala”.

A administração do BCP garantiu ainda que esta aquisição não vai afetar a distribuição de dividendos que o banco pretende retomar em Portugal, ainda sem decisão quanto ao rácio de pay-out, o BCP mantém a meta de distribuir 40% dos lucros até 2021.

Miguel Maya disse ainda que não espera alterações da estrutura acionista, isto quando questionado sobre a possibilidade de a Sonangol reduzir o investimento no BCP. “Não tenho qualquer indicação de que os acionistas pretendam reduzir a sua participação no Millenium bcp”, frisou o presidente executivo do banco.

O BCP anunciou uma forte redução no stock de Non-Performing Exposure, de 1,8 mil milhões face a 30 de setembro de 2017.

Miguel Maya explicou que houve vendas de carteiras de crédito, de 320 milhões de euros ao longo dos primeiros nove meses de 2018 e cerca de 95 milhões apenas no terceiro trimestre. “Faz parte da estratégia de redução de NPE que temos em curso”. Mas o CEO do BCP não quis detalhar que tipo de créditos compunham essa carteira.

Sobre a devolução aos trabalhadores dos cortes salariais que vigoraram na instituição financeira entre 2014 e 2017.  Miguel Maya quis esclarecer que não se trata de uma devolução no sentido de uma dívida aos trabalhadores, “o que vamos fazer é uma compensação” pela redução de salário, foi esse o nosso compromisso. Não há nenhuma dívida, há um compromisso reiterado pela Comissão Executiva de compensar esse corte salarial. Além disso, Miguel Maya explicou que já reuniu com os sindicatos “mais do que uma vez”. “Estamos perfeitamente alinhados com as organizações sindicais nesta e matéria e a única coisa que nos diferencia é uma questão de tempo”, sublinhou o CEO.

Recorde-se que houve uma reunião a 30 de outubro durante a qual o CEO do banco, Miguel Maya, aproveitou a oportunidade para assumir o firme compromisso de iniciar a compensação dos valores retidos aos trabalhadores”, não estando ainda “decidida a forma como tal será feito”.

Sobre as recentes instruções do Banco de Portugal que apertaram os requisitos de concessão de crédito, Miguel Maya sublinhou que “não têm impacto” na atividade do banco porque já “estava a ser rigoroso”. “O impacto será pouco porque já estávamos a ser rigorosos e estamos a cumprir cabalmente as regras do regulador bancário”.

Questionado sobre que setores de atividade o banco vai conceder créditos, Miguel Maya respondeu que o Millenium bcp se tem focado no setor exportador, “ainda que haja boas empresas em todos os setores”. Além disso, o banco tem feito uma aproximação ao setor da agricultura, “onde tradicionalmente o banco não tem tido uma grande presença”.

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