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Militantes do Movimento 5 Estrelas decidem hoje online se aprovam governo com o Partido Democrático

Inscritos no partido populista italiano irão votar entre as nove da manhã e as seis da tarde na plataforma online Rousseau. Se chumbarem a coligação abrem caminho para a convocação de eleições antecipadas.
3 Setembro 2019, 07h38

Os militantes do Movimento 5 Estrelas irão decidir nesta terça-feira, através da plataforma online do partido populista que governou a Itália nos últimos 14 meses, em coligação com a Liga, se aprovam a coligação com o Partido Democrático, de centro-esquerda, essencial para a formação do novo executivo liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte.

Está assim tudo nas mãos dos militantes do Movimento 5 Estrelas, que terão acesso às linhas gerais do programa de governo acordado com o Partido Democrático na plataforma online do partido, baptizada com o nome do filósofo suíço Rousseau. Poderão fazê-lo entre as nove da manhã e as seis da tarde (menos uma hora em Portugal), demonstrando a crença na democracia direta que é um dos traços característicos dos vencedores das eleições de 2018. “Concorda que o Movimento 5 Estrelas faça parte de um governo, juntamente com o Partido Democrático, presidido por Giuseppe Conte?” é a pergunta que poderá ser respondida por todos aqueles que estejam inscritos há pelo menos seis meses.

Uma sondagem divulgada ontem pela televisão La7 indicou que a solução de governo resultante das consultas feitas pelo presidente italiano, Sergio Mattarella, é mais convincente para o eleitorado do Partido Democrático do que para os apoiantes do 5 Estrelas. Entre os primeiros são 69% aqueles que consideram positiva a coligação, contra apenas 25% que a julgam negativa, enquanto entre os eleitores do 5 Estrelas só 51% aprovam, e 40% discordam, o que está longe de excluir a hipótese de haver uma surpresa numa votação online que será levada muito a sério.

“É óbvio que o Movimento se irá guiar pela Rousseau. Quem pensa que a plataforma não tem valor é porque não conhece o Movimento 5 Estrelas. Será determinante”, garantiu Luigi Di Maio, presidente do partido anti-sistema fundado por Beppe Grillo, o qual já veio apelar aos militantes para aprovarem a coligação que garantirá maioria absoluta no Senado e no Parlamento, evitando a convocação de eleições antecipadas que, a avaliar pelas sondagens, seriam ganhas por um bloco de direita liderado pela Liga, do até agora vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, com a Força Itália, de Silvio Berlusconi, e os Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni.

Di Maio garantiu ontem, na sequência de um encontro com os membros do partido que exerceram cargos no governo derrubado no final de agosto pela moção de censura apresentada por Salvini, que “está muito orgulho deles e do trabalho realizado”, acabando por anunciar que renuncia ao cargo de vice-primeiro-ministro no novo executivo de Giuseppe Conte.

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