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Mineiros na Tanzânia têm dois séculos de ouro em impostos para pagar

Acacia alega não haver razões para a multa, mas mesmo assim as ações da empresa já caíram em bolsa 17% esta terça-feira para o valor mais baixo desde dezembro de 2013.
25 Julho 2017, 12h36

Uma empresa mineira da Tanzânia recebeu uma fatura de 190 mil milhões de dólares para pagar em impostos. Não só o valor é elevado, como equivale às receitas da empresa Acacia Mining em ouro referentes a quase dois séculos de produção.

O governo da Tanzânia enviou à empresa uma fatura de 40 mil milhões de dólares em impostos, a que acrescem 150 mil milhões de dólares em juros, de acordo com um comunicado da Acacia, citado pela agência Bloomberg. O montante é referente a alegadas receitas não-declaradas de exportações de minas em Bulyanhulu e Buzwagi, na Tanzânia, entre 2000 e 2017.

A Acacia contradiz o governo e alega ter declarado todas as receitas. Apesar disso, as ações da empresa já caíram em bolsa 17% esta terça-feira para o valor mais baixo desde dezembro de 2013. Em três dias, a Acacia já perdeu 42% do valor.

“A empresa está a considerar todas as opções e direitos, e irá fornecer uma atualização adicional no devido tempo”, comunicou a empresa, de acordo com a Bloomberg. A empresa Acacia é detida pela Barrick Gold Corp. e registou uma receita global de 1,05 mil milhões de dólares no ano passado. Desde 2009, as vendas totais da empresa totalizaram 7,7 mil milhões de dólares.

O analista da Investec Plc, Hunter Hillcoat, salientou, numa nota citada pela agência, que “uma fatura em impostos de 40 mil milhões de dólares é mais do dobro do que as cinco maiores empresas mineiras de ouro (incluindo a Barrick) pagaram, juntas, em impostos desde 2000!”.

Não é a primeira vez que a Acacia entra em conflito com o governo da Tanzânia, que tinha já acusado a empresa de operar ilegalmente e não pagar impostos. No seguimento, foram detidos pelas autoridades dois funcionários sénior para interrogatórios, no mês passado.

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