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Ministério da Defesa da Rússia confirma fim do cerco a Azovstal

Os russos revistaram cuidadosamente cada homem, os seus pertences e também pediram aos soldados ucranianos que mostrassem as suas tatuagens.
21 Maio 2022, 08h47

O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que o último grupo de forças ucranianas barricado na siderúrgica Azovstal em Mariupol se rendeu, marcando o fim de um ataque de semanas que deixou a cidade em ruínas, segundo a “Reuters”.

O abandono total dos bunkers e túneis da fábrica bombardeada significa o fim do cerco mais destrutivo de uma guerra que começou quando a Rússia invadiu a Ucrânia há quase três meses.

“O território da siderúrgica Azovstal foi completamente libertado”, disse o ministério em comunicado, que acrescenta que o último grupo que a render-se era composto por 531 pessoas.

Os russos revistaram cuidadosamente cada homem, os seus pertences e também pediram aos soldados ucranianos que mostrassem as suas tatuagens.

Moscovo classifica o regimento Azov de “nazis”. A unidade, formada em 2014 como uma milícia para combater separatistas apoiados pela Rússia, nega ser fascista, e a Ucrânia diz que foi reformada a partir das suas origens nacionalistas radicais.

“As instalações subterrâneas da fábrica, onde os militantes estavam escondidos, ficaram sob controlo total das forças armadas russas”, disse o comunicado russo, acrescentando que um total de 2.439 defensores se renderam nos últimos dias.

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse ao presidente Vladimir Putin que tanto Mariupol quanto a siderúrgica Azovstal foram totalmente libertadas.

A Ucrânia ordenou que a guarnição se rendesse na segunda-feira. Horas antes do anúncio russo, o presidente Volodymyr Zelenskiy disse que os defensores foram informados pelos militares da Ucrânia que poderiam sair e salvar as suas vidas.

Kiev apelida os defensores de heróis, dizendo que a sua posição obstinada ajudou a atrasar as forças russas e permitir que a Ucrânia tenha sucesso noutros lugares do campo de batalha.

Zelenskiy disse que a Força Aérea da Ucrânia tentou levar abastecimentos para Mariupol, mas foi derrotada, sofrendo grandes perdas.

“Um grande número dos nossos pilotos morreu, infelizmente”, afirmou o presidente ucraniano. “Eles eram pessoas absolutamente heroicas que sabiam que era difícil, que voar para lá era quase impossível, voar para Azovstal com remédios, comida, água e trazer de volta corpos e feridos.”

O conselheiro do ministério do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, disse que a defesa da siderúrgica será ensinada nas escolas militares nos próximos anos.

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