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Finanças preparam-se para formalizar os convites para a administração do Banco de Portugal

O Jornal Económico sabe que Fernando Medina ainda não avançou com convites formais, mas o nome de Clara Raposo é dado como certo por fontes ligadas ao processo. Francisca Guedes de Oliveira é o outro nome feminino provável na administração do Banco de Portugal, que tem falta de paridade na administração.
7 Setembro 2022, 17h10

Depois de o nome de Clara Raposo ter sido noticiado pelo “Dinheiro Vivo” como futura vice-governadora do Banco de Portugal (BdP), o Jornal Económico (JE) sabe que o Ministério das Finanças prepara-se para avançar com os convites formais aos futuros membros do Conselho de Administração da instituição nas próximas semanas.

O JE sabe que Fernando Medina ainda não avançou com convites formais, mas o nome de Clara Raposo foi dado como certo e segundo as fontes consultadas pelo JE estará mesmo na lista de novos administradores do banco central.

O outro elemento feminino apontado para a administração do Banco de Portugal é Francisca Guedes de Oliveira.

Contactado, o Ministério das Finanças não confirmou nenhum dos nomes apontados e não fez comentários.

A administração do Banco de Portugal e da CMVM é uma das prioridades de Fernando Medina na rentrée, segundo fontes familiarizadas com o dossier.

O Banco de Portugal tem administradores que acabam o mandato este mês de setembro, e o Ministério das Finanças já tem a solução para compor a administração liderada por Mário Centeno.

Para o lugar de Elisa Ferreira (que saiu para a Comissão Europeia em 2019) irá então Clara Raposo — tal como avançou o “Dinheiro Vivo” — que, para aceitar o lugar de Vice-Governadora do Banco de Portugal, teve de sair da lista de administradora não executiva do BCP, para o qual tinha sido eleita em Assembleia Geral em maio.

Clara Raposo é presidente do ISEG Lisbon School of Economics and Management da Universidade de Lisboa e é mulher de Miguel Cruz, ex-secretário de Estado do Tesouro, ex-presidente da Parpública e novo presidente da Infraestruturas de Portugal.

Já acabou o mandato do vice-Governador Luís Máximo dos Santos e dos dois administradores, Luís Laginha de Sousa e Ana Paula Serra.

O JE apurou que Francisca Guedes de Oliveira terá sido apontada para o lugar de Ana Paula Serra que não vai continuar na administração do BdP.

Francisca Guedes de Oliveira é doutorada em Economia, com especialização em Economia Pública, pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, e licenciada e mestre em Economia, pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Luís Máximo dos Santos vai ser reconduzido para um novo mandato de cinco anos, apurou o JE. Mantém-se vice-Governador e segundo a lei, é o substituto do Governador por ser o vice-Governador mais antigo no cargo.

Hélder Rosalino já está num novo mandato e falta saber se Luís Laginha de Sousa é reconduzido ou se será substituído. Nesse caso, entrará outra mulher para a conselho de administração do banco central.

O  Ministro das Finanças tem de preencher lugares na administração do BdP porque os mandatos de três administradores acabam este mês, tendo em conta que há falta de paridade na administração da instituição liderada por Mário Centeno. Recorde-se que, depois da recondução do administrador Hélder Rosalino, continuam a existir cinco membros na administração do BdP em que apenas um é mulher: Ana Paula Serra (que não irá continuar). A presença do género sub-representado, que deve ser de 40%, não está assegurada e será, por isso, preciso nomear uma nova administradora, o que acontece com a entrada de Clara Raposo e Francisca Guedes de Oliveira, numa administração de seis membros.

As nomeações para a administração do BdP, ao contrário de outros reguladores, não exigem uma solicitação prévia à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP). Apenas é exigido um parecer da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República a respetiva audição, que não é vinculativo.

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