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Ministério Público sul-coreano acredita que presidente conspirou para obter subornos da Samsung

Os investigadores acreditam que Park Geun-hye e Choi Soon-sil terão feito um acordo para pressionar a Samsung e outros grandes conglomerados empresariais sul-coreanos a fazer doações a organizações relacionadas com a amiga da chefe de Estado.
  • Kim Hong-Ji/REUTERS
6 Março 2017, 12h56

O Ministério Público da Coreia do Sul suspeita que a presidente do país, Park Geun-hye, foi cúmplice de Choi Soon-sil, sua amiga e confidente, na obtenção de subornos do império Samsung. Park Geun-hye e Choi Soon-sil terão alegadamente recebido doações no valor de 37,6 milhões de euros do herdeiro da multinacional sul-coreana, Lee Jae-Yong, em troca de favores de políticos.

Depois de mais de três meses de investigações, nas conclusões da equipa independente de procuradores, tornadas públicas esta segunda-feira, Park Geun-hye volta a aparecer como suspeita de crimes de suborno, tráfico de influências e abuso de poder. Até agora, apenas a sua amiga Choi Soon-sil havia sido formalmente indiciada pela prática destes crimes, mas a suspeita de envolvimento da presidente já pairava sobre as investigações há algum tempo.

Os investigadores acreditam que Park Geun-hye e Choi Soon-sil terão feito um acordo para pressionar a Samsung e outros grandes conglomerados empresariais sul-coreanos a fazer doações a organizações relacionadas com a amiga da chefe de Estado. Em troca receberiam um tratamente “mais favorável por parte das autoridades”.

Segundo Park Young-Soo, responsável pela equipa de investigadores ao caso, “o escândalo sobre o tráfico de influências, causado pelo uso da autoridade governamental em benefício do interesse pessoal e o conluio entre governo e empresas, traduz-se num ciclo crónico de corrupção na sociedade sul-coreana”.

Recorde-se que a chefe de Estado sul-coreana sofreu um processo de impeachment no Parlamento, em dezembro do ano passado. No entanto, a destituição de Park Geun-hye não é ainda definitiva, mas a comprovar-se esta revelação, ficará mais perto de vir mesmo a tornar-se. Para já, e devido ao cargo que ainda ocupa, a presidente tem imunidade.

Na semana passada, o herdeiro do império Samsung, Lee Jae Yong foi formalmente acusado, juntamente com outros quatro executivos, por corrupção e está em prisão preventiva.

Depois do problema com as baterias “explosivas” do Galaxy Note 7, o escândalo de corrupção envolvendo Lee Jae Yong volta a abalar a multinacional que, em comunicado, garante que fará o “melhor para garantir que a verdade seja revelada” em tribunal.

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