Uma notícia do “Correio da Manhã” dá conta de novas denúncias de suspeitas de corrupção na Câmara Municipal de Lisboa, envolvendo o nome de dois ministros do atual Governo, nomeadamente Fernando Medina e Duarte Cordeiro, que tutelam as Finanças e o Ambiente, respetivamente.
Após a publicação da notícia, que saiu na capa da publicação diária, o ministro do Ambiente acusa o jornal de procurar “denegrir a minha imagem dando cobertura a uma denúncia, da qual se desconhece o autor ou qualquer facto identificado, nem sequer a relevância que o Ministério Público atribui à mesma”. O responsável pela tutela do Ambiente garante ainda que não se deixará “intimidar com esta notícia”.
Duarte Cordeiro acusa o Correio da Manhã de ter sido “particularmente seletivo” na resposta que usou do ministro. “Por uma questão de transparência publico a minha resposta de forma integral”, escreve em comunicado.
Na resposta que enviou à publicação, e agora em comunicado para esclarecer a capa desta terça-feira, Duarte Cordeiro lembra que “qualquer pessoa pode fazer denúncias com o objetivo de denegrir ou procurar atingir a pessoa que denuncia sem que tenha qualquer evidência sobre o que denuncia. Muitas vezes conta com as obrigações de investigação do Ministério Público e com o papel dos jornalistas para dar credibilidade a essas denúncias.Parece-me evidente que há uma tentativa de me envolver neste tema”.
Com a denúncia que envolve o seu nome já no Ministério Público, o ministro do Ambiente aponta que o trabalho de Joaquim Morão na CML “não estava relacionado com as minhas áreas de competência delegada” mas que os seus caminhos se poderão ter cruzado “enquanto [Morão] desempenhou as funções para as quais foi contratado”.
O ministro admite ainda não se recordar de “ter tido alguma conversa com Joaquim Morão enquanto Presidente do PS da Federação da Área Urbana de Lisboa” e que desconhece a existência de uma investigação contra si e que “nunca fui chamado a prestar qualquer depoimento”.
À semelhança da resposta que enviou para a publicação, Duarte Cordeiro mantém disponibilidade “para qualquer questão ou dúvida sobre alguma ação que tenha ocorrido nos meus mandatos”.
“Não podemos tolerar um ambiente no qual se credibilizem denúncias feitas de forma profissional, com claro interesse político partidário, e que se desconhece se estão suportadas em algum tipo de evidência. A não resposta clara e firme é um convite para a multiplicação deste tipo de comportamentos”, termina o ministro.