O ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia, Ivica Dacic, reuniu em Bruxelas com o chefe da diplomacia da União Europeia, depois de se ter encontrado com o enviado especial da União para o diálogo entre Belgrado e Pristina, Miroslav Lajcak e com membros do Parlamento Europeu. Tudo pouco depois de a Alemanha ter dito publicamente que só aceita apoiar a entrada da Sérvia na União Europeia se Belgrado aceitar reconhecer a independência do Kosovo – efetiva desde 2008 e que, curiosamente, o país de origem de Borrell, a Espanha, também não reconhece.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Sérvia, explicou que Dacic reiterou a posição de que a adesão à União Europeia continua a ser um dos objetivos estratégicos da Sérvia e uma das principais prioridades da política externa.
O ministro observou que a Sérvia continua totalmente empenhada no processo de reforma e na melhoria de todas as esferas da sociedade – seguindo os ‘conselhos’ da União Europeia para conseguir um alinhamento que lhe permita entrar no bloco – bem como no desenvolvimento da cooperação regional.
Dacic falou com a deputada dos Verdes e relatora permanente para o Kosovo no Parlamento Europeu, Viola von Kramon, e com os eurodeputados Demetris Papadakis e Matjaz Nemec, entre outras personalidades.
No que diz respeito ao progresso no caminho europeu, os membros do Parlamento avaliaram positivamente o processo de reforma e as medidas tomadas pelo governo sérvio para harmonizar a sua política de vistos com a União, mas também pediram uma maior harmonização da política externa e de segurança. É que a Sérvia, para além de insistir em não reconhecer o Kosovo, também tem tido dificuldades em alinhar na política de confrontação com a Rússia. Aliás, a Sérvia não aceitou impor sanções a Moscovo, depois da invasão da Ucrânia.
O último relatório do Parlamento Europeu sobre a Sérvia lamenta repetidamente que o país não tenha imposto sanções à Rússia, recordando a Belgrado que, como país candidato à adesão, deve aderir aos princípios e políticas do bloco, nomeadamente em termos externos.
Dacic, disse que a Sérvia não tem problemas em harmonizar as políticas da UE na parte que não prejudica seus interesses nacionais. Ou, dito de outra forma, a questão da Rússia não é tão simples como pode parecer.
Quanto ao diálogo entre Belgrado e Pristina, Dacic reiterou que a Sérvia condena qualquer violação do direito internacional, mas lamentou que alguns responsáveis europeus insistam na necessidade de respeitar a integridade territorial da Ucrânia, que a Sérvia apoia inequivocamente, mas que no seu caso não é apoiada. Ou dito de outra forma: nada indica que a Sérvia venha a reconhecer o Kosovo.