João Cotrim de Figueiredo, que deixa hoje a liderança da Iniciativa Liberal (IL), considera que as várias polémicas estão a deixar à vista uma desagregação no Governo, considerando que João Gomes Cravinho, atual ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo ministro da Defesa, e Fernando Medina, ministro das Finanças, estão fragilizados.
Para Cotrim de Figueiredo, o problema não está em Pedro Nuno Santos, que já saiu do Governo, apesar de o até agora presidente da Iniciativa Liberal considerar que, “com certa leviandade diz que andou a ver mensagens e agora é que se lembrou que houve um pequeno pormenor de 500 mil euros” de indeminização paga a Alexandra Reis, disse à margem da VII Convenção Nacional da IL este sábado.
A questão central agora é “tudo o que passa” em torno do Governo, “incluindo o que afeta o próprio primeiro-ministro que não sabe o que se passa com um dos seus principais ministros e não sabia o que se passava na Câmara Municipal de Lisboa (CML)”, disse.
“Os ministros mais fragilizados são o [antigo ministro] da Defesa”, depois de se ficar a saber que assim que arrancaram as obras no antigo hospital militar de Belém, João Gomes Cravinho foi informado da derrapagem financeira, “e o ministro das Finanças que está envolvido nestas suspeitas” na CML. A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou que, na sequência das buscas na CML, foram constituídos seis arguidos. Medina ficou fora da lista.
“Os dois ministros estão de facto fragilizados”, frisou João Cotrim de Figueiredo, apontando para uma “desagregação no Governo”.
A VII Convenção Nacional da IL começa este sábado em Lisboa para eleger o sucessor de João Cotrim Figueiredo na liderança, na primeira vez na história do partido em que há disputa interna com mais de uma lista à direção. Rui Rocha e Carla Castro, deputados e membros da direção cessante, e o conselheiro nacional José Cardoso encabeçam as três listas que se apresentam à comissão executiva, disputando assim o lugar que João Cotrim Figueiredo decidiu deixar vago, provocando estas eleições antecipadas.
“O partido precisa de um novo ímpeto, de uma estratégia mais abrangente, mais combativa”, disse o até agora presidente do partido aos jornalistas, notando que “esta nova estratégia precisa de uma nova liderança”. Referiu ainda não ligar “muito às criticas” internas porque “são sobretudo de pessoas que ficaram desafetadas com aquilo que foi o seu futuro dentro do próprio partido”.
Notícia atualizada às 10:02