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Moção de Rui Rio aprovada em Congresso define estratégia para PSD governar a partir de 2021

A moção apresentada pelo presidente do PSD, Rui Rio, foi aprovada este sábado no 38.º Congresso Nacional com uma “maioria clara” de votos favoráveis. O documento defende compromissos eleitorais “com outras forças políticas” e aposta numa nova cultura política, assente na credibilidade e confiança.
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    Tiago Petinga/Lusa
9 Fevereiro 2020, 09h23

A moção de estratégia global apresentada pelo líder do PSD, Rui Rio, e aprovada este sábado pelo Congresso Nacional com uma “maioria clara” de votos favoráveis, defende que o partido estará “a partir de 2021 em condições reforçadas para governar Portugal”. Rui Rio defende compromissos eleitorais “com outras forças políticas” e aposta numa nova cultura política, assente na credibilidade e confiança.

“Se à ambição conseguirmos acrescentar uma liderança responsável e mobilizadora, a credibilidade e a confiança indispensáveis ao bom cumprimento dessa missão, então teremos reunidas as condições que nos poderão conduzir à vitória”, lê-se na moção de 32 páginas “Portugal ao Centro”, divulgada por Rui Rio em janeiro e votada no 38.º Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo.

No documento, Rui Rio elenca cinco pilares essenciais da estratégia que considera que vai levar o partido à vitória: uma nova cultura política, reforçar a marca reformista do PSD, abrir o partido e virá-lo para os setores mais dinâmicos da sociedade, valorizar a oposição ao Governo feita no grupo parlamentar e recuperar a base autárquica para aproximar o partido dos cidadãos.

“Poderemos ter as melhores propostas, as melhores soluções para os problemas do país, os melhores quadros para as poderem implementar, mas se não tivermos a confiança dos portugueses de nada nos serve essa vantagem”, defende Rui Rio, na moção.

Para tal, o líder dos social-democratas para garantir uma nova cultura política ao PSD  é “decisivo” aplicar o conceito de “justiça intergeracional” e orientar a sua ação pela independência, transparência e “ética da responsabilidade no acesso aos bens públicos”. Neste domínio, Rui Rio elege o combate à corrupção como uma das principais bandeiras do partido.

No que toca a reformas, Rui Rio defende que só o PSD pode dar a “resposta reformista” de que o país precisa, no que diz respeito ao funcionamento do sistema político, dos serviços públicos – sobretudo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), da Justiça ou da educação. Rui Rio diz ainda que os bloqueios da economia, da demografia, da habitação e das infraestruturas, bem como a neutralidade carbónica e a mobilidade elétrica são desafios que se colocam atualmente às instituições.

“Problemas estruturais exigem ações sistemáticas e concertadas em tudo contrárias à medida desgarrada, à intervenção casuística ou à ilusão dos multiplicados anúncios sem consequências que se reflitam nos processos de mudança, no desenvolvimento humano e no bem-estar dos portugueses”, sustenta o presidente do PSD.

 

Aproximar o PSD da sociedade e captar novos militantes

Rui Rio têm como objetivo central do seu mandato “aumentar o número de participantes [no Conselho Estratégico Nacional (CEN)] abrindo essas secções a um maior número de militantes e de independentes” e defende a necessidade de “trazer a sociedade e os setores mais dinâmicos” para o CEN para “potenciar os contributos e transformá-los em políticas política inovadoras nos diversos domínios”.

O líder do PSD quer ainda que o CEN – cujo atual coordenador é David Justino, um dos vice-presidentes do PSD – promova “encontros temáticos onde se apresentem e confrontem exemplos de boas práticas autárquicas”, com intenção de recuperar a base autárquica e preparar caminho para as eleições autárquicas, que acontecem no próximo ano.

“Se é certo que perdemos mandatos e câmaras para o Partido Socialista, o mais preocupante é termos perdido para antigos militantes social democratas que integraram candidaturas independentes. É urgente inverter essa tendência, mas é também indispensável reconhecer que não se ganha em ano e meio o que se perdeu em década e meia”, indica Rui Rio.

Neste sentido, o presidente social-democrata indica que o PSD deverá estabelecer “compromissos eleitorais com outras forças políticas, movimentos e grupos de cidadãos independentes, que se mostrem disponíveis e convergentes sobre as linhas programáticas e as propostas a apresentar ao eleitorado”.

Rui Rio diz ainda que os maiores desafios que se colocam ao PSD, enquanto maior partido da oposição em termos de representação parlamentar, “centram-se na atividade do seu grupo parlamentar”. À bancada social-democrata caberá, segundo o líder do PSD, “fazer oposição ao Governo e de contribuir para afirmar a alternativa social democrata”, garantindo “a sintonia e cooperação com os restantes órgãos do PSD”, nomeadamente a direção e o CEN.

“Se conseguirmos concretizar com sucesso as linhas estratégicas que acabámos de enunciar, poderemos assumir que a partir de 2021 o PSD estará em condições reforçadas para Governar Portugal”, acredita.

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