Na análise ao Programa de Estabilidade (PE) 2023-2027, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) alerta para riscos externos que pendem de forma descendente sobre o crescimento económico e de forma ascendente sobre a inflação, em especial em 2023. O CFP questiona crescimento do PIB com as exportações e vê com preocupação a redução do investimento público no final do horizonte do PRR.

Numa análise ao outro lado do PE, economistas deixam ainda outros alertas. É o caso de Sofia Vale que adverte que crescimento atual da economia portuguesa não se materializa em melhores condições de vida para a sua população, lembrando a fraca procura interna. Ou de Maria Rosa Borges quanto à forma como será feita a anunciada redução da carga fiscal, cuja ausência de plano de ação e promessas não sustentadas são criticadas por Pedro Brinca e Pedro Brás Teixeira. “Há que reforçar a atitude reformista da presente governação”, remata Rui Leão Martinho na sua análise ao PE, onde atribui 7 pontos, à semelhança de Sofia Vale e Maria Rosa Borges. Pedro Brinca- sinaliza que os maiores perigos estarão na dimensão da inflação – é o mais otimista entre os membros do painel, atribuindo 7,5 pontos. Já Pedro Braz Teixeira surge como o mais pessimista a atribuir 6,5 pontos, lamentando que o PE não enfrente os principais desafios estruturais, a falta de crescimento económico e de eficiência da despesa pública.