A Moldávia atravessa um “momento muito perigoso” à medida que aumentam as tensões após uma série de explosões na região separatista da Transnístria esta semana, alertou esta quinta-feira o vice-primeiro-ministro do país.
Segundo Nicu Popescu, citado pelo “The Guardian”, o governo moldavo fala numa “perigosa deterioração da situação” nos últimos dias, após ataques com granadas ao “Ministério da segurança” em Transnístria ocorridos na segunda-feira.
Os ataques com granadas representam “um novo momento muito perigoso na história da região”, disse o governante, acrescentando que as instituições da Moldávia tinham sido colocadas em alerta máximo.
Crescem os receios de que a Moldávia e a Transnístria possam ser arrastadas para o conflito na Ucrânia, dado que a região é predominantemente russófona e tem sido controlada por separatistas pró-Rússia desde 1992, após uma curta guerra, quando Moscovo interveio do lado dos rebeldes.
Na semana passada, um alto comandante russo disse que ganhar o controlo sobre o sul da Ucrânia ajudaria a Rússia a ligar-se à Transnístria, que partilha uma fronteira de 453 km com a Ucrânia.
“A nossa análise até agora mostra que existem tensões entre diferentes forças dentro da região interessadas em desestabilizar a situação e isso torna a região da Transnístria vulnerável e cria riscos para a República da Moldávia”, disse Popescu.
Segundo Popescu, que é também Ministro dos Negócios Estrangeiros da Moldávia, as autoridades da Transnístria anunciaram na semana passada que estavam a impedir todos os homens em idade de combate de saírem da região.
Ao que tudo indica, a Moldávia tem garantias públicas e privadas de Moscovo “de que a Rússia continua a reconhecer a integridade territorial da Moldávia”.
O governo moldavo decidiu convocar de emergência o seu conselho de segurança, após terem sido registadas várias explosões na região separatista da Transnístria — não reconhecida internacionalmente, mas que conta com o apoio do Kremlin.
Na terça-feira, várias explosões danificaram antenas da era soviética que transmitiam estações de rádio russas na região separatista da Transnístria, levando a presidente moldava, Maia Sandu, a convocar uma reunião de emergência do conselho de segurança do país.
As autoridades moldavas estão sensíveis a qualquer sinal de crescente tensão na Transnístria, especialmente desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, devido à proximidade com a fronteira ucraniana.
A Rússia mantém, em regime de permanência, tropas na Transnístria desde o colapso da União Soviética.
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