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Monkeypox. “Doença não é muito grave e não tem relação com homossexualidade”, diz especialista (com áudio)

“O perigo de virmos a ter uma situação semelhante a que temos tido até agora com o covid é muito baixa”, assegurou ao JE o virologista do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Celso Cunha.
25 Maio 2022, 07h05

Aos poucos os casos de Monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, aumentam e Portugal já conta com 39 casos confirmados segundo os últimos dados divulgados pela Direção Geral de Saúde (DGS). De acordo com o virologista do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Celso Cunha, contactado pelo Jornal Económico (JE) o vírus não é motivo para preocupação.

Celso Cunha diz que os portugueses podem estar descansados “por dois motivos: primeiro porque a doença em si não é uma doença de muita gravidade. Está associada a uma taxa de mortalidade baixa, muito menor do que a Covid-19. Por outro lado tem uma transmissibilidade mais baixa”.

“O perigo de virmos a ter uma situação semelhante a que temos tido até agora com o covid é muito baixa”, assegura o especialista.

Ainda assim, apesar de não haver motivo para preocupação, Celso Cunha admite que “vai aumentar o número de casos e de países a reportar porque há muitos casos de contágio que não foram identificados”. “É natural que haja pessoas que foram contaminadas antes que até possam não ter tido grandes sintomas ou se tiveram não o valorizaram”, sublinhou.

Quanto à relação à homossexualidade, sendo que em alguns países a doença está a ser associada a homens que tiveram relações sexuais com homens, o virologista afirma que não existe relação nenhuma com orientação sexual. “O vírus transmite-se através de contacto de proximidade, portanto, podem acontecer entre pessoas que coabitam ou que passam muito tempo juntas”, referiu Celso Cunha, lembrando que “as relações sexuais são contactos de proximidade e que a partir daí o vírus pode ser espalhado”.

“O facto de agora haver uma maior incidência com os homossexuais pode ter que ver com algum surto que aconteceu em algum lado”, considerou.

Relativamente às vacinas que estão a ser encomendadas pela Espanha e Alemanha o especialista defende que por uma questão de precaução Portugal deveria fazer o mesmo.

“As vacinas são um modo de conter a doença e sobretudo são indicadas nas pessoas que estiveram próximas ou tiveram contacto com pessoas infetadas, nomeadamente profissionais de saúde que tiveram contacto com doentes e até eventualmente nos contactos próximos dos doentes”, frisou o virologista.

Para Celso Cunha resta “tentar perceber quantas vacinas seriam necessárias”.

De recordar que o primeiros caso de Monkeypox em solo europeu foi registado no Reino Unido, quando a 7 de maio a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi informada de um caso confirmado do vírus de um britânico que tinha viajado para a Nigéria. Agora, o vírus já se espalhou por 19 países.

 

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