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Monkeypox. “É pouco provável que origine um surto de elevadas proporções”, diz especialista

Apesar da pequena dimensão esperada dos surtos de Monkeypox, a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública defendeu ao Jornal Económico que se deve manter “uma vigilância apertada dos sinais e sintomas para minimizarem a possibilidade de continuar a transmissão de casos”.
25 Maio 2022, 17h10

O número de casos de Monkeypox continua a crescer e Portugal já conta com 49 casos da varíola dos macacos. No entanto, o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tatto Borges diz ao Jornal Económico (JE) que será improvável o surgimento de um surto de elevadas proporções.

“O Monkeypox é um vírus que afeta os macacos e portanto como vírus em si não tem grande apetência pelo nosso organismo. É pouco provável que origine um surto de elevadas proporções ou que origine preocupação”, garantiu Gustavo Tatto Borges ao JE.

Ainda assim “é uma doença que não é normal os seres humanos terem”, sendo que se eliminou “a varíola humana em 1980 e portanto não há interesse em voltar a ter uma doença deste género”, destacou o especialista.

Como tal, Gustavo Tatto Borges defende que “devemos estar atentos a pessoas que estão em contacto próximo com casos conhecidos”. Nestes casos deve ser promovida “uma vigilância apertada dos seus sinais e sintomas para minimizarem a possibilidade de continuar a transmissão de casos”.

Segundo o médico de Saúde Pública “há necessidade, neste momento, das pessoas que estiveram em contacto com outras infetadas de se manterem reservadas”.

Além de ser improvável que atinja poucas proporções Gustavo Tatto Borges também diz que a varíola dos macacos não vai alcançar a dimensão do coronavírus.

“A Covid-19 tem uma vantagem adaptativa e é transmissível por via aérea ou seja nós falando libertamos as nossas gotículas e isso vai infetar as nossas cavidades nasais, os nariz, a boca e depois desce para os pulmões e infeta-nos dessa forma”, explica.

Já a “varíola dos macacos implica um contacto próximo, de pele com pele, apesar de haver uma possibilidade de ser transmitido por gotículas, mas exige uma maior quantidade de contacto e maior tempo de exposição e portanto não é tão fácil sermos infetados por este vírus”.

“É necessário que se mantenha esta atenção e o rápido isolamento para controlarmos isto o mais rápido possível”, apelou o especialista.

Quanto à vacina contra o Monkeypox, já encomendada pela Espanha, Alemanha e França, Gustavo Tatto Borges defende que seria “altamente vantajoso” para Portugal “vacinar determinados grupos de risco” para o caso da “situação escapar a algum tipo de controlo”.

Foi a 7 de maio que o Monkeypox foi pela primeira vez identificado num passageiro britânico que tinha viajado para a Nigéria. O vírus provoca febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, nódulos linfáticos inchados, calafrios e exaustão.

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