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Moody’s afirma que acordo do Brexit é positivo. “Mas permanecem desafios”, alerta

“Está longe de ser certo que a maioria dos deputados vote a favor do acordo”, sublinha a agência de notação financeira norte-americana.
15 Novembro 2018, 13h30

A Moody’s fez saber que o acordo entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido sobre os termos do Brexit “é positivo para uma série de emissores de dívida, mas permanecem vários desafios”, de acordo com o relatório da agência de notação financeira norte-americana, publicado esta quinta-feira.

O conselho de ministros britânico aprovou na quarta-feira, ao fim da tarde, dia 14 de novembro, o “rascunho do acordo” de saída do Reino Unido da UE. O acordo foi conseguido ao fim de longas horas de negociações no governo britânico, com a primeira-ministra, Theresa May, a sublinhar que este documento, aprovado “coletivamente”, é “o melhor que podia ser negociado”.

Hoje, a Moody’s publicou um relatório cujo autor, Colin Ellis, o diretor de crédito da agência para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), afirma que “os desenvolvimentos no Parlamento do Reino Unido serão cruciais e, em última análise, o valor do acordo de retirada depende de se a primeiro-ministro Theresa May consegue persuadir a maioria dos deputados a apoiá-la numa votação parlamentar.” Contudo, o responsável da Moody’s afirma que o acordo é “um passo positivo no caminho de um Brexit negociado, embora o fim do processo esteja longe”.

Se ratificado, a seguir ao acordo haverá o chamado “período de transição”, entre abril de 2019 e o final de 2020, durante o qual a UE e o Reino Unido negociariam uma futura relação para entrar em vigor em 2021. No entanto, esse acordo terá,ainda, de ser aceite pelos deputados do do Reino Unido e de Bruxelas e também pelos governos dos Estados-membros.

O problema reside na hipótese de Theresa Maya não conseguir reunir apoio parlamentar em Londres, para o primeiro rascunho do acordo de Brexit.”Se o parlamento do Reino Unido não apoiar o acordo, então – na ausência de novos desenvolvimentos – a UE e o Reino Unido caminharão para um Brexit sem compromisso padrão”, sublinha o Colin Ellis. “O que teria consequências negativas significativas para uma série de emissores”, conclui.

Observando a composição do parlamento britânico, a Moody’s diz que “está longe de ser certo que a maioria dos deputados vote a favor do acordo”. A provar isso está o debate desta manhã, em Londres, onde a primeira-ministra Theresa May enfrentou o parlamento britânico para falar do Brexit, após serem conhecidas sete renúncias de membros do governo.

De facto, no debate desta manhã, a imprensa britânica deu conta que 84 deputados ‘Tories‘, a fação mais conservadora do Partido Conservador, que é o partido do governo, admite votar contra o primeiro rascunho do acordo para Brexit, anunciado por May. Também Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, afirmou que o acordo da primeira-ministra britânica é um mau acordo. E sobre a própria May poderá surgir uma moção de censura.Brexit

Nos mercados, o destaque recai sobre a forte queda da Libra face às demissões de governantes e ao acordo anunciado por May. Pelas 11h00, a libra desvalorizava 1,51% para 1,131 euros, depois de ter recebido em alta o pré-acordo do Brexit apresentado pela primeira-ministra britânica.

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