As obrigações cobertas portuguesas e os títulos garantidos por hipotecas residenciais (RMBS) – covered bonds e residential mortgage-backed securities – têm fortes proteções de crédito (colaterais) o que mitigará os riscos elevados do mercado imobiliário, diz a Moody’s Investors Service num relatório recente.
Portanto as “fortes proteções de crédito irão mitigar os riscos crescentes do mercado imobiliário para as obrigações hipotecárias portuguesas e títulos garantidos por hipotecas residenciais (RMBS). A Moody´s refere-se à sobrecolateralização (OC) das obrigações hipotecárias portuguesas.
Os riscos do mercado imobiliário estão a aumentar em Portugal, defende a Moody’s. “Os preços das casas portuguesas subiram fortemente durante muitos anos num ambiente de crescimento económico estável, baixas taxas de juro e forte procura por parte dos investidores. Mas estes factores de suporte dos preços das casas estão a diminuir, com o crescimento do PIB a abrandar, a inflação elevada a catapultar as taxas de juro e, consequentemente a procura por parte dos investidores provavelmente a diminuir”, justifica a agência de rating.
Além disso, “a nossa análise indica que os preços das casas excedem valores fundamentais, exacerbando o risco de uma correção. No entanto, a oferta limitada de novas habitações continuará a ser um importante fator de apoio contínuo aos preços”, conclui a Moody’s.
A agência de notação financeiro aponta que o crescimento económico lento, a inflação elevada e as taxas de juro crescentes estão a aumentar o risco de que os preços das casas portuguesas diminuam após um longo período de fortes subidas.
Mas, se as condições do mercado imobiliário piorarem o desempenho do portfólio de hipotecas que respaldam os títulos cobertos, a par com o baixo rácio de valor entre o valor do crédito e o calor do imóvel (LTVs) e com a elevada sobrecolaterização fornecerão um amortecedor para os títulos, considera a Moody’s.
A agência lembra também que os imóveis que servem de colaterais ao créditos sobre a qual os bancos emitiram títulos de dívida são em geral mais seguros, pois “têm, em média, características de crédito mais fortes do que os empréstimos à habitação portugueses em geral, o que significa que o seu desempenho é menos susceptível de ser vulnerável à subida das taxas de juro à deterioração das condições do mercado imobiliário.
“Se ocorresse uma correção no preço das casas e os mutuários entrassem em default, o alto nível de património limitaria a gravidade das perdas”, defende a agência de notação financeira que atribui ratings a estes títulos de dívidas emitidos pelos bancos sobre os seus créditos hipotecários.
As hipotecas de apoio aos RMBS portugueses que a Moody’s classifica têm em média 16 anos. “Os ganhos de preços da habitação e a amortização do empréstimo durante este longo período de condimentos significa que existe um capital próprio substancial na garantia imobiliária”, diz a agência