Moody’s: “EDP vai continuar a beneficiar da participação da China Three Gorges”

Nada muda na avaliação da Moody’s à EDP, com a morte da oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) sobre a elétrica portuguesa.

“A provável conclusão da OPA da CTG não altera a nossa avaliação do perfil de crédito da EDP, que vai continuar a ser impulsionado pela sua estratégia independente”, diz a agência de notação financeira norte-americana numa nota enviada às redações esta quinta-feira, 25 de abril.

“Com a CTG a confirmar que vai manter-se como um investidor estratégico de longo prazo, independentemente do desfecho da OPA, a EDP vai continuar a beneficiar da participação de 23,27% da CTG”, defende a agência.

Segundo a agência de notação financeira norte-americana, esta participação “provou ser solidária no passado através da aquisição de participações minoritárias nos projetos renováveis da EDP e do financiamento providenciado em 2012”.

A morte da OPA aconteceu depois da assembleia-geral de acionistas da EDP ter chumbado na quarta-feira a proposta que iria permitir acabar com o limite de votos de 25% por acionista. Desta forma, os acionistas da EDP deram um golpe fatal na OPA depois da CTG ter declarado que não pretendia abdicar do fim da blindagem de votos como condição de sucesso da OPA.

O ponto foi chumbado após a proposta ter recebido 56,60% dos votos emitidos contra o fim do limite de votos. Segundo os estatutos da empresa, era necessária uma maioria qualificada de dois terços dos votos emitidos na assembleia-geral, para a proposta passar.

Após o fim da assembleia-geral, o presidente executivo da EDP remeteu para os acionistas a responsabilidade pelo chumbo da desblindagem de votos. “As conclusões da AG são naturais. Os resultados são claros. O resultado é da exclusiva responsabilidade dos acionistas”, declarou António Mexia na quarta-feira.

Para o futuro, António Mexia garantiu que a parceria com a CTG é “para manter” e que as duas empresas estão a “trabalhar em conjunto” para entrarem em “novos mercados” na América Latina.

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