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Moreira da Silva acusa PS de “não levar a sério” processo de descentralização (com áudio)

Num encontro com militantes em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porton, o social-democrata reforçou que o Governo quis de “forma deliberada” que a descentralização, atualmente em curso, não funcionasse.
26 Maio 2022, 07h05

O candidato à liderança do PSD Jorge Moreira da Silva acusou hoje o PS de “não levar a sério” o processo de descentralização, mostrando “falta de vontade política” para que seja bem-sucedido.

“O processo de descentralização em curso revela a falta de vontade política do PS em que ele fosse bem-sucedido, estou mesmo convencido que não se trata apenas de incompetência. Eu acho verdadeiramente que o PS e este Governo nunca quis levar a sério a descentralização”, afirmou o antigo vice-presidente do PSD, na quarta-feira à noite, perante militantes em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

Num encontro que durou mais de duas horas, o social-democrata reforçou que o Governo quis de “forma deliberada” que a descentralização, atualmente em curso, não funcionasse.

Na sua opinião, há muitas dimensões do Estado Central que podiam estar delegadas nos municípios, em organizações da sociedade civil e no setor social.

“Parece-me evidente que o PS nunca quis levar a sério este processo e contribuiu para uma descrença das pessoas na descentralização”, vincou.

Moreira da Silva revelou que muitos autarcas lhe têm dito que o PS não entregou competências, mas sim problemas porque os recursos associados a essas são insuficientes.

O candidato à liderança do PSD, que abordou esta questão quando questionado sobre a regionalização, considerou que o PS vai apresentando a ideia da regionalização “na justa medida em que vai fracassando na descentralização”.

Neste momento, o social-democrata entendeu ser mais prudente e relevante levar “até ao limite das possibilidades” o reforço de competências dos municípios.

Em contrapartida, sublinhou, a regionalização não é o tema “mais urgente” porque ainda divide o país.

Mas, quando essa questão for colocada deverá sê-la através da realização de um referendo, opinou.

O antigo vice-presidente do PSD, que se mostrou confiante na vitória, frisou que o partido “não pode falhar a Portugal”, motivo pelo qual precisa de se “refundar”.

Salientando que estar na oposição é uma oportunidade e não uma fatalidade, Moreira da Silva entendeu que é o momento adequado para o PSD corrigir problemas de natureza estrutural.

As eleições diretas no PSD realizam-se no sábado e o congresso do partido está agendado para entre 01 e 03 de julho, no Porto.

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