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“Morte à América”: Manifestantes pró-regime protestam nas ruas de Teerão

A multidão pró-regime terá cantado “morte à América”, depois de o Governo iraniano ter acusado os Estados Unidos de estarem por detrás da onda de protestos que romperam no país.
  • Morteza Nikoubazl / Reuters
3 Janeiro 2018, 15h49

Milhares de manifestantes reuniram-se esta quarta-feira em várias cidades no Irão para mostrar o seu apoio ao presidente iraniano Hassan Rouhani e ao líder supremo, o ayatollah Ali Khamenei. A multidão pró-regime terá cantado “morte à América”, depois de o Governo iraniano ter acusado os Estados Unidos de estarem por detrás da onda de protestos que romperam no país.

Segundo avança o canal de televisão norte-americano ‘CNN’, os manifestantes terão marchado até à capital do país, Teerão, transportando consigo imagens do presidente iraniano e bandeiras nacionais, gritando críticas à Administração norte-americana. Os protestantes acusam os Estados Unidos de se terem unido com outros “inimigos do Irão” para criar problemas ao país.

“Os inimigos do Irão uniram-se usando os seus meios, o seu dinheiro, as suas armas e os seus serviços de informações para criar problemas ao sistema islâmico”, lê-se no site oficial do líder supremo iraniano. “Eles estão apenas à espera de uma ocasião para se infiltrarem e atacarem o povo iraniano”, acrescentou, sem elaborar quem são estes inimigos”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu na rede social Twitter que o Governo iraniano é “repressivo e corrupto” e acrescentou que “é tempo de mudança”. Donald Trump voltou ainda a acusar o regime iraniano de apoiar o terrorismo e violar repetidamente os direitos humanos.

“Em vez de perder o seu tempo a enviar tweets inúteis e insultuosos contra os outros povos, [Donald Trump] faria melhor se tomasse conta dos problemas internos no seu país, nomeadamente o assassínio de dezenas de pessoas todos os dias e os milhões de sem-abrigo e esfomeados”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Bahram Ghassemi.

Esta quarta-feira completa-se o sexto dia de protestos no país, depois de na semana passada se terem originado várias manifestações face às dificuldades económicas e alegada corrupção no país. Os protestos rapidamente se tornaram políticos, com os manifestantes a contestar a liderança clerical, que está no poder desde a revolução iraniana de 1979. Pelo menos 21 pessoas terão sido assassinadas e cerca de 450 foram detidas.

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