O Ministério Público (MP) quer levar a tribunal seis arguidos, todos do sexo masculino, pela prática de mais de 170 mil crimes de pornografia de menores, agravados. Suspeitos encontram-se há quase um ano em prisão preventiva e foram detidos após alerta do Serviço Europeu de Polícia (Europol) com identificação de utilizadores portugueses que partilharam vídeos contendo abusos sexuais de crianças, sendo algumas delas recém-nascidas.
“O MP requereu o julgamento em tribunal colectivo de seis arguidos, pela prática de, respectivamente, 54.771, 24.759, 2.646, 1.027, 22.217 e 65.878 crimes de pornografia de menores, agravados”, revelou hoje a Procuradoria Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
Segundo a PGDL, no essencial ficou indiciado que seis arguidos, todos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 29 e os 47 anos, desde data posterior a 2015 até à sua detenção, continham nos seus computadores milhares de ficheiros, contendo vídeos e imagens de abusos sexuais de crianças, com idades inferiores a catorze anos, sendo algumas delas recém – nascidas, “destinando-se os mesmos a satisfazer a sua libido e os seus instintos sexuais”.
Os arguidos colocavam e divulgavam estas imagens e vídeos através de redes e de programas de partilha com diversas pessoas, assim conduzindo à sua difusão por um número incontrolável de pessoas.
A PDGL dá conta que foi apreendida grande quantidade de dispositivos de armazenamento e equipamentos informáticos, máquinas virtuais usadas para o encriptamento de dados. “Em consequência do enorme volume de informação a recolher, a especial tecnicidade inerente a estes exames de recolha de prova digital, os autos foram declarados de especial complexidade”, sublinha em comunicado.
Os arguidos encontram-se em prisão preventiva desde 15 de fevereiro de 2017, data da detenção.
A PGDL acrescenta que o inquérito iniciou-se na sequência da realização de” uma operação, sob a égide da Europol”, a qual informou que, haviam sido identificados utilizadores portugueses que, através de endereços de I.P., haviam partilhado vídeos contendo abusos sexuais de crianças.
O inquérito foi dirigido pelo MP na 2ª secção do DIAP de Lisboa, com a coadjuvação da Unidade de Telecomunicações e Informática e da Unidade Nacional de Combate à Cibercriminalidade (UNC3).
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