O mundo vai continuar a precisar de muito petróleo no curto e médio prazo para manter-se em funcionamento. Esta é uma das conclusões do BP Energy Outlook deste ano que foi hoje divulgado e que conta com previsões até 2050.
“O petróleo continua a desempenhar um papel principal no sistema de energia global na primeira metade da nossa previsão com o mundo a consumir entre 70 a 80 milhões de barris diários em 2035”, isto nos cenários Accelerated e Net Zero.
O declínio acelera na segunda metade da previsão com a procura de petróleo a atingir cerca de 40 milhões de barris diário (cenário Accelerated) e 20 milhões de barris/diários (Net Zero)”, pode-se ler no relatório anual divulgado esta segunda-feira.
No terceiro cenário (New Momentum), o consumo de petróleo continua “forte” nos 100 milhões de barris/diários ao longo desta década, recuando gradualmente para os 75 milhões de barris/diários até 2050.
“A procura global de petróleo estabiliza nos próximos 10 anos antes de declinar no resto da previsão”, acrescenta a petrolífera britânica, apontando que esta queda deve-se “em parte pelo recuo no uso do petróleo no transporte rodoviário à medida que os veículos tornam-se mais eficientes e são cada vez mais alimentados por fontes de energia alternativas”.
À medida que o consumo de petróleo recua nos países mais desenvolvidos, a fatia de petróleo consumido pelas economias emergentes vai subir de 55% em 2021 para 70% em 2050.
Nos mercados emergentes o aumento da prosperidade e das condições de vida “sustenta um aumento no tamanho do parque global de veículos e nas distâncias”, o que é mitigado por uma frota de veículos mais eficiente e mais veículos motorizados com fontes de energia alternativas, segundo a BP.
No sector da aviação, o petróleo continua a dominar durante a primeira metade do outlook, com a sua fatia a recuar para 60% em 2050, no cenário Accelerated e 25% no NetZero, devido ao uso crescente dos combustíveis sustentáveis de aviação (SAF).
A produção russa de petróleo também vai afundar nas próximas décadas: dos 11,5 milhões de barris diários em 2019 para os 5,5-6,5 milhões barris em 2035 e para 2,5 milhões em dois dos cenários da BP.