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Muqtada al-Sadr ou a tentação nacionalista no Iraque

O nacionalismo parece ser a fórmula certa para impedir o proselitismo de alguns radicais islâmicos. Mais vale um nacionalista mal encarado que um radical sorridente
10 Setembro 2022, 14h00

Muqtada al-Sadr é talvez o mais influente político iraquiano da atualidade e com apenas 42 anos acabados de fazer,
o xiita (pouco ortodoxo) parece ser o vértice para onde convergem todas as idiossincrasias, todas as tensões e aparentemente todas as soluções de uma sociedade que há décadas é um vulcão que sazonalmente entra numa turbulência que afeta todo o planeta.

Incontornável desde pelo menos 2003, al-Sadr descende de uma família muito poderosa no Iraque, com ramificações noutras latitudes (do Irão ao Líbano) e uma rede de casamentos que parece um jogo onde cada peça desempenha uma função muito para lá do óbvio. Como não podia deixar de ser, Muqtada al-Sadr está outra vez no
centro de todas as atenções, tanto no Iraque como nos países que influenciam o que se passa naquele pobre e martirizado país, enganado, assaltado, e vilipendiado desde o início do século passado. Desta vez, a atenção dá-se porque al-Sadr disse (no Twitter) que vai retirar-se da política do país aconselhando os seus pares a fazer
o mesmo. Terá com certeza alguma dificuldade em convencê-los da sinceridade das suas palavras, dado que já desistiu antes, em 2014, para regressar – sem, obviamente, nunca se ter retirado de facto. Desta vez, vai suceder o mesmo – e os tumultos que tiveram lugar imediatamente a seguir ao anúncio da sua ‘reforma’ implicam que os seus próprios seguidores sabem que al-Sadr nunca deixará de estar presente no contexto político do Iraque.

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