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“Não há dúvidas que a política monetária vai ter de voltar ao normal”

Sabine Lautenschläger, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu, defendeu esta sexta-feira uma normalização dos instrumentos da instituição.
15 Setembro 2017, 20h38

Apesar de ainda não estar na meta do Banco Central Europeu (BCE), a inflação na zona euro já se encontra nesse caminho e começa a ser tempo de abandonar dos estímulos monetários, segundo defendeu Sabine Lautenschläger. Membro da comissão executiva da instituição, a alemã tem sido uma vozes críticas sobre o programa de compra de ativos da zona euro, conhecido como Quantitative Easing (QE).

“Não há dúvidas que a política monetária vai voltar ao normal. A questão é quando”, afirmou esta sexta-feira Lautenschläger numa conferência, em Tallinn, na Estónia, citada pelo jornal El Economista. “As condição estão todas no lugar para a inflação alcançar uma tendência estável a caminho do nosso objetivo”.

A meta do BCE é de uma inflação próxima, mas abaixo de 2%. O valor tem sido difícil de alcançar, com subida dos preços a ficar em 1,5%, em agosto. Na última reunião de política monetária, os governadores reviram em baixa as previsões e esperam agora que a taxa fique em 1,5% este ano, 1,2% no próximo e 1,5% em 2019.

A resistência da inflação em chegar à meta do BCE tem sido uma das justificações para manter o programa de compra de ativos. No entanto, na semana passada, Draghi referiu que na próxima reunião, a 26 de outubro, o Conselho de Governadores irá discutir as alterações aos atuais instrumentos de política monetária.

A um ritmo atual de 60 mil milhões de euros por mês, o programa de compra de ativos está, neste momento, planeado até ao final de 2017. A expetativa dos mercados é que o BCE prolongue o programa para o próximo ano, diminuindo o valor mensal das compras, para reduzir de forma gradual o apoio e não causar um choque.

Lautenschläger falou também sobre os desafios do fim do QE, dizendo que tem “consciência que requer uma comunicação muito cuidadosa”. “Por um lado, temos de ajudar os mercados a terem uma ideia de como essa saída vai ser. Por outro, não os podemos confundir com ideias vagas ou ambíguas. É uma balança delicada que temos de atingir. E do meu ponto de vista, temos de encontrar essa balança agora”.

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