“Não havendo hipótese de democratizar o Chega, sigo a minha vida”. Antigo braço-direito de André Ventura deixa o partido

Antigo braço-direito de André Ventura, Nuno Afonso vai deixar o Chega, partido que ajudou a fundar. “O partido que idealizámos tornou-se um projeto unipessoal, autoritário e antidemocrático, não podia continuar ligado a isso”, diz em declarações ao NOVO.

Nuno Afonso

Militante número dois do Chega, Nuno Afonso anunciou, esta sexta-feira, em entrevista ao Observador, que vai abandonar o partido depois de terem sido ultrapassadas “linhas vermelhas”.

Em declarações ao NOVO, o antigo braço-direito de André Ventura confirma a saída e recorda que, “a pedido de um amigo de longa data”, André Ventura, ajudou-o a criar um partido e ajudou-o “a chegar a deputado”. “Deixei a minha empresa para o ajudar na Assembleia da República, dei sempre o meu melhor”, assegura.

Mas à medida que o partido foi crescendo, os dois fundadores do partido de extrema-direita foram-se distanciando, até que em Maio Nuno Afonso foi exonerado do cargo de chefe do gabinete do grupo parlamentar. “O partido que idealizámos tornou-se um projecto unipessoal, autoritário e antidemocrático, não podia continuar ligado a isso. Não havendo hipótese de o democratizar, sigo a minha vida, mas não deixo de lutar contra autoritarismos”, afirmou.

Depois de ter sido exonerado, Nuno Afonso começou a ser visto como líder da oposição interna e, em Novembro do ano passado, o partido anunciou que lhe tinha retirado a confiança política enquanto vereador eleito para a Câmara Municipal de Sintra. Em causa, alegou a Comissão Política Distrital de Lisboa, estava o facto de o autarca ter alegadamente viabilizado o orçamento municipal para 2023 contra as indicações partidárias.

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