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“Não imagino Angola a ter a ousadia de levar Sócrates a tribunal”, defende presidente de Angola

Prestes a receber o primeiro-ministro António Costa, João Lourenço deu uma entrevista ao jornal Expresso em que recordou o caso Manuel Vicente que acabou por ensombrar anteriores visitas do chefe do Governo português a Angola.
  • José Sena Goulão / EPA
2 Junho 2023, 07h53

O presidente de Angola, João Lourenço, defendeu, em entrevista à Lusa e ao jornal “Expresso” que antecipa a visita de António Costa a Angola no início da próxima semana, que o país que preside nunca teria a “ousadia de levar Sócrates a tribunal”, numa clara alusão às investigações por branqueamento de capitais que visavam o ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, e que foram arquivadas pelo procurador Orlando Figueira.

Em 2018, o processo-crime iniciado em Portugal, conhecido como “Operação Fizz”, em que o ex-vice-presidente angolano era acusado de ter corrompido o procurador português Orlando Figueira, causou uma crise diplomática entre os dois países, que ficou resolvida depois de o caso relativo a Manuel Vicente ter sido transferido para Angola.

Recordando que Orlando Figueira acabou por ser condenado por corrupção relacionada com o arquivamento das investigações contra Manuel Vicente, a associação “Frente Cívica” veio a público a 23 de maio deste ano pedir explicações ao Ministério Público sobre que diligências foram adotadas e que poderão vir a acontecer, no sentido de reabrir os inquéritos “corruptamente arquivados”.

Em fevereiro de 2017, Angola admitiu que poderiam não haver condições políticas para receber António Costa, também na véspera da visita do chefe do Governo português. Em Luanda, avançava o jornal “Expresso” na altura, havia uma ideia generalizada de que se perdeu o clima político para o encontro.

Há seis anos, um comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Angola, considerava que a acusação contra Manuel Vicente, sobre factos que terão sido cometidos quando ainda era presidente da petrolífera Sonangol, constitui um “sério ataque à República de Angola, suscetível de perturbar as relações entre os dois Estados”.

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