Os custos da construção registaram uma subida homóloga de 7,4% no mês de outubro, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira, 9 de dezembro. Uma situação que está a preocupar cada vez mais os responsáveis do sector, dado que este aumento se tem feito notar desde o início do ano.
Em declarações ao Jornal Económico (JE), Nuno Garcia, diretor da GesConsult começa por dizer que existia uma esperança que os preços fossem equilibrar no primeiro semestre, mas que os mesmos continuaram a subir e ainda se mantém alguma escalada desses valores e a falta de matéria-prima.
“A subida de preços está relacionada com duas partes: tudo o que envolve a falta de recursos, como o preço do petróleo que continua em alta e depois pela falta de matérias-primas que ainda não estão disponíveis no mercado e a indústria para ter acesso a elas tem de pagar valores altíssimos”, refere.
Face a um crescimento constante dos custos da construção o responsável recusa fazer previsões sobre quando a situação poderá voltar a ter alguma normalidade. “Já não me atrevo a dizer quando é que o mercado vai estabilizar. Em julho do ano passado tínhamos a esperança que os preços estabilizassem e voltassem aos preços semelhantes ao ano passado”, salienta.
Os dados do INE apontaram ainda que o preço dos materiais e o custo da mão de obra apresentaram variações de 8,8% e de 5,4%, respetivamente, em comparação ao período homólogo. Para Nuno Garcia, as grandes questões passam agora por saber quando é que os preços vão estabilizar e qual será o valor de referência.
“É o preço de 2019 ou de agora? Os preços têm que estabilizar, não podemos estar constantemente a viver períodos em que as matérias-primas e os custos de construção estejam a subir quase semanalmente”, sublinha.
O responsável vai mais longe e pede mesmo a intervenção do Estado para que a dinâmica da construção se mantenha, mas também para ajudar a equilibrar a situação. “Baixar a taxa do IVA e assim incentivar ao investimento e que no fundo consiga minorar estes custos adicionais que não eram previsíveis”, afirma.
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