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Navalny: Opositor russo culpado de “difamação” horas após outra sentença

Navalny está acusado de divulgar em 2020 um vídeo em que apelida de “vendidos” e “traidores” os protagonistas de uma gravação onde defendiam as alterações constitucionais promovidas pelo Presidente russo Vladimir Putin, onde se incluía um veterano de 95 anos.
  • EPA/ Sergei Ilnitsky
20 Fevereiro 2021, 17h04

Um tribunal russo declarou hoje, sábado, Alexei Navalny, o principal detrator do Kremlin, culpado de “difamação” de um veterano da Segunda Guerra Mundial, horas após ter sido condenado, em recurso, a dois anos e meio de prisão, num outro caso.

“Alexei Navalny cometeu o crime”, disse a juíza Vera Akimova ao ler a declaração da sua decisão, com a sentença a ser anunciada no final da audiência.

O Ministério Público solicitou, neste caso, uma multa de 950.000 rublos (cerca de 10.600 euros) e exigiu que uma pena suspensa para o opositor fosse convertida em pena de prisão.

Navalny está acusado de divulgar em 2020 um vídeo em que apelida de “vendidos” e “traidores” os protagonistas de uma gravação onde defendiam as alterações constitucionais promovidas pelo Presidente russo Vladimir Putin, onde se incluía um veterano de 95 anos.

O neto do idoso processou o opositor, que recusou reconhecer a sua culpa, e acusou os familiares de tentarem aproveitar-se da situação, ao “comercializarem” a sua imagem.

Também este sábado a justiça russa confirmou a sentença de prisão efetiva de Nalvalny, por violação de medidas de controlo judicial, mas reduziu-lhe a pena.

Segundo a agência AFP, o juiz de um tribunal de Moscovo, Dmitri Balashov, reduziu a pena em um mês e meio pelo que o ativista e principal opositor do regime russo irá cumprir uma pena de dois anos e meio de prisão.

Nesta audiência estava em causa a apreciação do recurso de Alexei Navalny contra a conversão em prisão efetiva da pena suspensa a que havia sido inicialmente condenado.

A 2 de fevereiro, a justiça russa condenou Navalny, de 44 anos, a uma pena de três anos e meio de prisão ao tornar efetiva uma sentença suspensa em 2014, um julgamento considerado arbitrário pelo TEDH.

No entanto, a sentença impôs que fossem descontados os dez meses em que Navalny permaneceu em prisão domiciliária, devendo assim cumprir dois anos e oito meses.

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