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Navigator, Altri e Galp penalizam Bolsa. Praças europeias recuperam

Uma projecção de que a procura vai superar a oferta está a arrastar o preço do petróleo para mínimos do ano. Já o mercado de ações na Europa está no verde, mas Lisboa não acompanha e por fim os juros da dívida soberana estão a melhorar por contágio de Itália.
23 Novembro 2018, 17h30

O PSI 20 fechou em queda (-0,45% para 4.797,25 pontos) em contra-ciclo com a maioria das praças europeias. A liderar as perdas esteve a Navigator (-3,50% para 3,640 euros); a Altri (-2,94% para 6,610 euros); e a Galp Energia (-1,87% para 14,425 euros).

Hoje o Jornal Económico noticia que a chinesa Sinopec estará interessada na posição indireta da Sonangol na Galp. Recorde-se que a Sonangol detém 60% da Esperaza, empresa que detém 45% da Amorim Energia, que por sua vez tem 33,34% da Galp.  João Lourenço, presidente de Angola, já admitiu que a Sonangol quer sair do capital da Galp.

Mas nem isso sustentou o título da petrolífera portuguesa que foi afetado pelo tombo do preço do petróleo. O preço do petróleo está tocar mínimos de um ano. A produção e oferta de petróleo mundial, especialmente por parte de produtores norte-americanos e sauditas, está a crescer mais depressa que a procura.

O BCP fechou em queda de -0,13% e rompeu a barreira dos 24 cêntimos ao fechar nos 0,2352  euros.  A Pharol também em queda de -1,24% destacou-se. Hoje administração da Pharol recebeu autorização dos acionistas para avançar com um aumento de capital até 80 milhões de euros,  justificado com a “imprevisibilidade associada à realização do aumento do capital social da Oi”.

No verde fecharam sete cotadas. Destaque para as subidas da Corticeira Amorim (+1,87% para 9,27o euros); da Mota-Engil (+1,47% para 1,516 euros); e da Jerónimo Martins (+1,14% para 10,620 euros).

A nível nacional destaque ainda para a notícia da F.Ramada (fora do PSI 20) que anunciou dividendo antecipado para dezembro. A empresa vai distribuir um dividendo bruto de 1,15 euros por ação será pago a partir de dia 14 de dezembro, sendo que os títulos deixam de conferir direito ao mesmo a partir de 12 de dezembro, inclusive.

Lá fora o EuroStoxx 50 subiu 0,27% para 3.135,03 pontos. O CAC 40 valorizou 0,12% para 4.944,29 pontos; o Dax fechou em alta de 0,49% para 11.193,5 pontos; o espanhol Ibex teve uma subida moderada (+0,07% para 8.912,7 pontos).

Em Paris, a Renault valorizou 2,28%. Notícias citando fontes próximas do caso indicam que a Nissan procurará reformular a estrutura acionista da aliança Renault/ Nissan, tornando-a mais equilibrada. A Jefferies escreve que a Renault deve reduzir a posição para 15%. Atualmente, a Renault detém 43,4% da Nissan, ao passo que a japonesa detém 15% da francesa (sem direito de votos)

O britânico FTSE 100 caiu 0,21% para 6.945,85 pontos.

O analista da MTrader, Ramiro Loureiro, refere que os investidores ganharam otimismo e depois de um arranque em baixa os principais índices europeus que fecharam na sua maioria em alta, no dia que marca o regresso de Wall Street à negociação após feriado nos EUA, mas em que a sessão na bolsa nova-iorquina será mais curta como é habitual na Black Friday.

A descida dos juros soberanos de Itália está a impulsionar a banca italiana e a transmitir confiança aos mercados. O  nosso BCP não foi contagiado por isso.

“Notas de mercado dão conta que o primeiro-ministro italiano vai pedir à União Europeia para adiar a abertura do procedimento por défice excessivo. Isto acaba por ofuscar a sinalização de um abrandamento do ritmo de crescimento industrial e terciário na Zona Euro, bem como a confirmação de que a economia alemã contraiu 0,2% em cadeia no 3ºtrimestre, primeira variação negativa desde o 1ºtrimestre de 2015, mas que até já era esperada”, diz o analista .

“A quebra nas exportações germânicas, numa altura em que o setor auto sofre com as pressões da guerra comercial, foi um dos principais focos de pressão”, adianta Ramiro Loureiro.

Em termos macroeconómicos a atividade na Zona Euro volta a abrandar em novembro. Os valores preliminares apontaram nesse sentido. “Foi o quarto mês consecutivo de queda, o que demonstra uma perda de momentum no setor transformador”, diz o analista do Grupo BCP. O PMI Serviços desceu de 53,7 para 53,1, quando os analistas estimavam 53,6.

A Alemanha e França também registaram arrefecimento em ambos os setores, o que castigou o agregado.

A Mtrader realça que se confirma a contração da economia alemã no 3º trimestre.

A economia alemã contraiu no 3º trimestre. Houve uma queda sequencial do PIB de 0,2%, pela primeira vez desde 2015. A penalizar está o consumo privado (-0,3% sequencial versus -0,1% esperados) e a balança comercial que viu as exportações contraírem 0,9% e as importações subirem 1,3%.

O Bundesbank espera um forte crescimento no final do ano perante o regresso à normalidade da produção no setor automóvel.

O euro caiu 0,62% para 1,1332 dólares.

O petróleo teve uma derrocada.  O Brent referência em Londres deslizou 6,45% para 58,56 dólares e o WTI caiu 7,01% para 50,80 dólares.

A projeção da Agência Internacional de Energia é que a produção dos países fora Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aumente 2,3 milhões de barris por dia, em 2019 face a este ano. Em contrapartida, a procura deverá crescer 1,3 milhões de barris por dia.

O mercado de dívida está a melhorar. Os juros da dívida alemã caíram 3 pontos base para 0,34%. A dívida de Itália caiu 4,7 pontos base para 3,407%; a dívida portuguesa cai 0,7 pontos base para 1,942% e Espanha vê os juros caírem 0,5 pontos base 1,632%.

 

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