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Navigator anuncia investimentos de 206 milhões após subida de 11% no lucro de 2016

A papeleira vai gastar 121 milhões numa nova linha de produção de ‘tissue’ e quer investir 85 milhões para aumentar a capacidade na fábrica de pasta de papel na Figueira. O lucro subiu para 218 milhões em 2016 com o aumento dos volumes e os cortes de custos a contrariarem descidas nos preços.
9 Fevereiro 2017, 07h42

A Navigator (antiga Portucel) vai avançar com dois investimentos novos este ano – uma linha de produção de tissue na Cacia  e um aumento da capacidade na unidade de pasta de papel na Figueira da Foz.

Em comunicado divulgado no site da CMVM, a Navigator recordou que no final de 2015 tinha a intenção de desenvolver o projecto em Cacia com uma capacidade nominal de 70 mil toneladas por ano. “A decisão de avançar com a construção da nova linha estava condicionada à concretização de um conjunto de factores, nomeadamente a obtenção de um pacote de incentivos fiscais e financeiros, que, neste momento, já se encontram finalizados”, referiu.

“Atualmente, a Navigator estima ter reunido a globalidade das condições necessárias para a concretização deste investimento e, mediante a assinatura dos contratos de apoio, o Conselho de Administração decidiu avançar com o desenvolvimento deste projecto”, explicou, adiantando que a nova linha deverá estar pronta na segunda metade de 2018.

A empresa acrescentou que quer desenvolver um projecto de aumento de competitividade no centro fabril da Figueira da Foz, com um investimento estimado em 85 milhões, e que apresentou “uma candidatura a um conjunto de incentivos financeiros e fiscais que ainda se encontra pendente de apreciação pelo AICEP e sobre a qual espera ter visibilidade até ao final deste trimestre”. O projecto visa uma melhoria na eficiência e um aumento de capacidade de 70 mil toneladas, para uma produção total de 650 mil toneladas de pasta branqueada de eucalipto (BEKP) por ano.

A Navigator alertou que, apesar deste investimento, “vê com preocupação a intenção do Governo em fazer aprovar, no âmbito da reforma da legislação que regula o sector florestal, um diploma legal que proíbe a plantação de novas áreas com eucalipto, apenas permitindo plantações de novas áreas por troca com plantações já existentes em zonas marginais e de baixo rendimento”.

“Esta proposta, que carece de qualquer fundamento técnico e ambiental, não tem em consideração a importância do eucalipto para a economia nacional e irá provocar dificuldades acrescidas num sector onde já existe um desequilíbrio entre a oferta e a procura, e que actualmente já importa cerca de € 200 milhões de madeira por ano”, argumentou.

Volumes compensaram preços em 2016

O lucro líquido da Navigator subiu 10,7% para 217,5 milhões de euros no ano passado, apesar de uma quebra de 3,1% nas receitas (para 1.577 milhões de euros).

“Esta diminuição resulta essencialmente da redução do valor de vendas na área de energia, após a revisão da tarifa de venda à rede na central de cogeração a gás natural da Figueira da Foz, assim como da contracção global dos preços de pasta e papel que se verificou ao longo de 2016”, explicou a Navigator, salientando que o grupo “mitigou a evolução negativa de preços através de um aumento dos volumes vendidos, assim como de um esforço global de diminuição de custos”.

A empresa, que é controlada pela Semapa de Pedro Queiroz Pereira, Explicou ainda que atingiu um atinge nível recorde de vendas e produção de papel totalizando 1.587 mil toneladas em 2016, e que o forte desempenho operacional permitiu  atenuar evolução negativa dos preços, com crescimento de 2% no volume de vendas de papel, 15% nas vendas de pasta e 30% no tissue.

O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – cresceu 2% para quase 400 milhões de euros enquanto a margem EBITDA/vendas subiu para 25,2% de 24% em 2015.

Em relação ao quarto trimestre, as vendas subiram 12% para 422 milhões de euros face aos três meses anteriores, resultando num disparo de 70% nos lucros para 83 milhões.

“Depois de um terceiro trimestre particularmente adverso para o mercado do papel, o final do ano evidenciou alguma melhoria ao nível da procura, tendo o Grupo registado um aumento nas vendas para a Europa e para outros mercados (excluindo Estados Unidos)”, afirmou a empresa.

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