Negócios entre empresas em Portugal mobilizam 706 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano
O mercado transacional português registou, nos primeiros dois meses do ano, 65 transações e movimentou 706 milhões de euros, sendo que, das mais de seis dezenas de negócios, só 45% tiveram os seus valores revelados ao mercado, de acordo com o último relatório divulgado pela plataforma tecnológico-financeira Transactional Track Record (TTR) e pela empresa de software de gestão Intralinks.
O número de transações registou assim uma regressão de 18% no acumulado deste ano, em comparação ao mesmo período de 2021 e houve igualmente uma diminuição de 79% na quantidade de capital mobilizado. Só no mês passado foram registadas 24 operações de M&A (Mergers & Acquisitions), anunciadas e concluídas, num total de 215,44 milhões de euros.
O negócio destacado pela TTR no mês passado foi a venda pela Atlantia, de uma participação de 17,21% na Lusoponte (que detém as concessões das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, em Lisboa), à Vinci Highways e Lineas – Concessões de Transportes, subsidiária da Mota-Engil, por 55,70 milhões de euros. A assessoria jurídica esteve a cargo dos escritórios Morais Leitão, Sérvulo & Associados e CS’Associados.
Espanha perdeu o título de país que mais investiu em Portugal para os Estados Unidos, que contabilizou sete operações no primeiro bimestre de 2022. A Alemanha surge em segundo lugar, com cinco transações. Seguem-se as empresas espanholas, as suecas e as britânicas. Já o tecido empresarial português escolheu a Itália e os Estados Unidos como principal destino de investimento, com três e duas transações, pela mesma ordem.
Sem surpresas, os sectores de imobiliário e tecnologia voltaram a liderar no ranking como os mais ativos, com 18 deals e cinco deals, respetivamente. A seguir está o software para a indústria e as energias renováveis, ambos com quatro.
Em relação aos fundos estrangeiros de private equity (26 milhões de euros) e capital de risco (38 milhões de euros), que investem em empresas portuguesas, houve uma diminuição homóloga de 66%. “No segmento de asset acquisitions, foram registadas 20 transações com um valor de 362 milhões de euros, representando uma queda de 20% no número de operações”, lê-se no relatório do TTR.
Ranking de assessores financeiros
- Caixa BI – 46,80 milhões de euros
- Millennium BCP – 46,80 milhões de euros
- CaixaBank Corporate Finance – 22 milhões de euros
- Clearwater International – 4 milhões de euros
Ranking de assessores jurídicos (valor e número)
- Garrigues Portugal – 286,25 milhões de euros
- Abreu Advogados – 151,76 milhões de euros
- VdA (Vieira de Almeida) – 69,60 milhões de euros
- Garrigues Portugal – 8 transações
- SRS Advogados – Cinco transações
- PLMJ e Abreu Advogados – Quatro transações
