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Netanyahu escapa a escândalo da compra de submarinos à Alemanha

O advogado e primo do primeiro-ministro, um ex-chefe de gabinete, um ex-ministro e um Almirante da Marinha estão envolvidos num esquema de suborno.
  • Atef Safadi/Reuters
12 Novembro 2018, 07h25

Tal como sucedeu em Portugal há uns anos atrás, a compra de submarinos à Alemanha por parte do Estado de Israel está envolta em enorme polémica e as evidências de corrupção estão a atingir uma série de políticos – mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parece conseguir escapar a este vendaval.

A polícia israelita ‘vasculhou’ Benjamin Netanyahu ao longo da investigação de um dos maiores casos de corrupção da história do país e acusou alguns de seus colaboradores mais próximos pelo chamado caso 3000: a compra de submarinos aos estaleiros alemães da ThyssenKrupp para a Marinha israelita por 1.800 milhões de euros. O advogado pessoal e primo de Netanyahu, David Shimron; o ex-chefe do seu gabinete interno, David Sharan; o ex-ministro das Infraestruturas Eliezer Zandberg; e um ex-chefe da Marinha de Guerra, o almirante Eliezer Marom fazem parte da lista que a polícia de investigação entregou à Procuradoria-Geral do país para que esta estrutura redija uma acusação formal.

Netanyahu saiu ileso da longa investigação sobre o escândalo da aquisição do submarino, apedar de ter sido interrogado em várias ocasiões. Os eventuais subornos na compra dos submarinos alemães poderiam ser o fim da carreira política de Netanyahu, que está há 12 anos à frente do governo. Mas a sua não inclusão na lista de futuros acusados deixa o líder do Likud, o partido conservador que lidera, em posição para concorrer a um quarto mandato consecutivo.

“Se Netanyahu soubesse que os seus colaboradores estavam envolvidos, o primeiro-ministro deveria renunciar. Se não soube, mostra que não é capaz de dirigir o Estado”, disse o líder do Partido Trabalhista, Avi Gabbay, que insiste que Netanyahu devia renunciar ao cargo. Mas o primeiro-ministro tem-se mostrado indisponível para isso, confiando que a Justiça não o incriminará: como chefe do governo só o dirigente máximo do Ministério Público o poderia incriminar e o procurador-geral Avichai Mandelblit, que ocupa esse cargo, é um ex-advogado militar que foi secretário-geral de um governo de Netanyahu entre 2013 e 2016 e que o próprio primeiro-ministro nomeou para o cargo.

A investigação policial do Caso 3.000 é conclusiva. O representante da ThyssenKrupp em Israel, Michael Ganor, livrou-se de uma sentença dura depois de concordar em colaborar com os agentes e tornar-se numa testemunha de acusação.

A oposição alega, entretanto, que a proximidade entre Netanyahu e David Shimron, que é conhecida há décadas, impede que o primeiro-ministro possa alegar desconhecimento do caso.

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