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La La Land: A Melodia do Vencedor?

La La Land de Damien Chazelle dança na corrida como favorito e estreia hoje, dia 26, em Portugal. Depois de “Os Miseráveis”, em 2013, um musical volta a estar no centro das atenções da Academia.
26 Janeiro 2017, 07h45

O mundo cinematográfico tem-se rendido ao 3D e mega-produções com muita tecnologia à mistura. No entanto, é o bom e velho musical que dança como favorito na corrida aos Óscares 2017.

La La Land de Damien Chazelle é o filme de que todos falam. A crítica está rendida e tem enchido salas de cinema. A melodia do vencedor pode vir a tocar para o filme que promete deixar-lhe um sorriso no final da sessão.

Ryan Gosling e Emma Stone são as estrelas principais. Um pianista de jazz que se apaixona por uma aspirante a atriz em Los Angels, a cidade que lhes promete realizar os sonhos. Soa a cliché, mas é dos bons. Não tem a carga emocional do argumento de Moonlight que nos leva na jornada de Black, na fuga ao caminho da criminalidade. Não tem os silêncios reflectidos de Manchester-by-the-sea. Mas há energia, ritmo, cor e uma nostálgica doçura que transforma La La Land em mais do que um mero musical.

Foi nomeado para 14 categorias, o que não acontecia desde 1997, quando Titanic, de James Cameron, teve o mesmo número de nomeações. Apenas Eva, de Joseph Mankiewucs, tinha tido o mesmo número de nomeações em 1950.

O musical já tinha batido recordes nos Globos de Ouro este mês ao arrebatar mais prémios que qualquer outro filme, tendo também recebido aplausos em todos os festivais de cinema. O realizador Chazelle dizia-se “sem palavras”.

Certamente não é o musical da história e provavelmente os musicais não vão regressar à ribalta, contudo as influências de filmes como Serenata à Chuva (1952), Chapéu Alto (1935), Um Americano em Paris (1951) e The Umbrellas of Cherbourg estão lá e isso contribui seguramente para o ter colocado no caminho certo.

O realizador Damien Chazelle desafiou-se a seguir a tradição dos antigos musicais, sem cortes ou edições e para isso Ryan Gosling passou duas horas por dia, seis dias por semana, a ter aulas de piano. Quando começaram as filmagens foi capaz de filmar as sequências de piano sem qualquer duplo. O resultado é de ficar colado à cadeira.

Chazelle já tinha experimentado o gosto da corrida aos Óscares, com Whiplash em 2014, indicado para cinco categorias. Agora quis mais. Mas se viu a cena final de Whiplash, ao ver a última cena de La La Land, poderá reconhecer que estamos perante o que se poderá vir a instituir como a assinatura do realizador.

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