[weglot_switcher]

Nicolas Sarkozy: os casos que envolvem o político francês mais investigado pela justiça francesa

O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy foi detido esta terça-feira para interrogatório, por suspeitas de financiamento ilícito da campanha presidencial de 2007. Mas esta não é a primeira vez que o ex-governante enfrenta a justiça.
20 Março 2018, 11h06

O mais recente caso judicial que envolve o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy diz respeito ao financiamento da campanha presidencial de 2007. As autoridades policiais suspeitam que Sarkozy tenha recebido apoio financeiro ilegal do regime líbio de Muammar Khadafi durante a campanha às presidenciais de 2007, das quais saiu vencedor.

Esta é a primeira vez que o antigo líder gaulês é ouvido pelas autoridades desde que a investigação foi aberta, em abril de 2013. Nicolas Sarkozy vai ficar sob custódia das autoridades, podendo a detenção durar 48 horas. Em causa estão, alegadamente, cinco milhões de euros em dinheiro, provenientes de Tripoli, que terão sido entregues à campanha de Nicolas Sarkozy.

Esta não é, no entanto, a primeira vez que o antigo líder conservador é ouvido pelas autoridades. No ano passado, Nicolas Sarkozy foi chamado a comparecer em tribunal também devido a suspeitas de financiamento ilegal, na altura da campanha eleitoral de 2012, em que tentou recandidatar-se ao Palácio do Eliseu.

Antes disso, o ex-dirigente conservador foi detido por suspeitas de “corrupção ativa” em julho de 2014, mas acabou por sair ao fim de 15 horas, depois de o seu advogado ter denunciado a existência de escutas ilegais no caso.

O ex-presidente está também a ser investigado por suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção no caso “Cazaquegate”. Em causa está a venda de 45 helicópteros militares franceses EC145 ao governo do Cazaquistão, durante a presidência de Nicolas Sarkozy e o pagamento de comissões ilegais a intermediários do então chefe de Estado.

Na altura, o Tracfin, organismo francês contra o branqueamento de capitais, tinha detetado movimentos suspeitos de dinheiro nas contas de um antigo membro do gabinete de Nicolas Sarkozy. As autoridades estão ainda a investigar o caso.

As viagens privadas e os apoios chorudos do império L’Oreal

Em 2015, um novo escândalo abalou a reputação de Nicolas Sarkozy, que terá realizado três viagens num jato privado, financiadas por um amigo do ex-presidente que estava a ser investigado pela justiça. Cada um dos voos custou cerca de 100 mil dólares (cerca de 81 mil euros), permitindo ao ex-presidente viajar de Le Bourget (França) para o Qatar, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, entre 2012 e 2013.

As faturas terão sido pagas pela empresa Lov Group, propriedade de Stéphane Courbit, investigado no processo Bettencourt, no qual Nicolas Sarkozy foi também investigado. A justiça suspeitava que Nicolas Sarkozy tinha aproveitado a “boa vontade” de Liliane Bettencourt, herdeira do império L’Oreal, para financiar ilegalmente uma campanha eleitoral.

Um dos mordomos da família mais rica de França garantiu ter visto Nicolas Sarkozy sair “diversas vezes” de casa da multimilionária, desde janeiro de 2007 até às eleições francesas desse ano, que viria a ganhar.

As acusações de tráfico de influências, conflito de interesses e ligações a regimes ditatoriais são outros dos crimes em que o antigo presidente francês está a ser investigado. Até agora, o antigo líder da União por um Movimento Popular (UMP) tem conseguido tido a seu favor a falta de provas que o incrimem.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.